Bissau, 18 Ago 20 (ANG) – O Sindicato de Base dos funcionários das Empresas de Telecomunicações da Rede Fixa e Móvel (Guinétel) e Guiné-Telecom considera de especulação o pagamento de dívida que o governo contraiu juntos destas empresas.
Em entrevista exclusiva à ANG esta terça-feira, David Mingo, Presidente do Comité Sindical de Base das duas empresas disse que os rumores que circulam na cidade sobre o pagamento de divida entre governo e as duas empresas é uma mera especulação porque não foi feito nenhum pagamento, mas sim o estancamento do crescimento das dívidas.
Explicou que o governo através de Banco Mundial contraiu um empréstimo à Sociedade Cabos da Guiné-Bissau, um consorcio criado entre a empresa Orange, MTN e o governo através do qual pagaram apenas um terço dos salários em atraso aos trabalhadores das referidas empresas, correspondentes ao ano em curso.
« Após esse pagamento decidiram estancar o processamento de salário e que o eventual parceiro que comprar a empresa deve assumir as referidas dívidas atrasadas”, explicou aquele sindicalista.
Disse ainda que, depois do pagamento de um terço de salário era para ser feito a conclusão da elaboração do Caderno de Encargo para depois lançar o concurso para a privatização das duas empresas desde Janeiro do ano em curso, o que não aconteceu devido ao surgimento de problemas a volta das eleições e também da pandemia de coronavírus que deixou tudo por fazer.
Afirmou que, o sindicato assinou um Memorando com governo em Março passado, no sentido de estancar o processamento de salário para poder facilitar o comprador a não ter um passivo maior, no intuito de que havia sido resolvido seus problemas da dívida restante.
O sindicalista exorta o governo no sentido de cumprir o acordo e discutir o problema no Conselho de Ministros para se decidir a modalidade de compra das duas empresas para poder facilitar os trabalhadores “porque já estão cansados dessa situação”.
« Todos os documentos estão feitos, através do Banco Mundial o que faltava era somente a discussão, agendamento e modelo como vai ser vendido as empresas”, explicou.
Disse que agora cabe ao governo decidir se irá vender as empresas de forma separada ou juntas.
“Compreendemos que este governo está a fazer esforço mais que também está a criar morosidade no processo porque o coronavírus não pode impedir o lançamento do concurso porque hoje, mesmo a distancia, pode ser comprado o Caderno de Encargo”, disse David Mingo.
A Guinetel e Guiné-telecom, duas empresas de telecomunicações do estado se encontram em falência há vários anos. ANG/MI/ÂC//SG