Santa Maria, 14 Set (Inforpress) – A cidade de Santa Maria, no Sal, que deveria estar desde sexta-feira, a pulular de gente, assinalando a 30ª edição do Festival Internacional de Música, encontra-se deserta, por causa da pandemia da covid-19, que assola o mundo inteiro.
Actualmente, o Festival da Praia de Santa Maria está entre os maiores festivais realizados em Cabo Verde, e é habitualmente constituído por uma média de 12 apresentações musicais, concentradas num período de dois dias.
Conforme reza a história, surgiu da iniciativa popular como forma de entretenimento, sem muitos preparativos e, aos poucos, foi ganhando dimensão para aquilo que é hoje conhecido.
Num primeiro momento, o objectivo era promover o espírito de convívio, as actuações tinham um carácter espontâneo, porém, em 1988 a Câmara Municipal do Sal resolveu institucionalizar o certame, e foi no dia 15 de Setembro desse ano, o Dia do Município e da padroeira da Paróquia do Sal, Nossa Senhora das Dores, no conhecido Pontão, onde se deu, oficialmente, o início ao primeiro Festival de Santa Maria.
Com o andar dos anos e a ganhar cada vez mais dimensão, é em 1997 que o festival abre as portas para o mundo, trazendo os primeiros artistas internacionais, aumentando assim a responsabilidade dos organizadores, dando mais credibilidade ao certame, e ao mesmo tempo aumentando as engenharias financeiras.
Este ano, seria o momento para se festejar a 30ª edição com pompa e circunstância se não fosse a pandemia da covid-19, provocada pelo coronavírus, que assola o mundo, e o País não fica de fora.
Para uns faz falta a festa musical, no areal, mas para outros nem por isso.
Certo é que, em tempos e dias normais, mesmo que houvesse o anúncio de chuva, o Festival de Música de Santa Maria, arrancava sexta-feira, continuando hoje sábado, em homenagem ao dia do Município e à padroeira, Nossa Senhora das Dores, assinalado a 15 de Setembro.
Todavia, com a presença da covid-19, muito cedo o autarca Júlio Lopes havia descartado a possibilidade de realização, este ano, do Festival de Santa Maria, tendo prometido apoiar os profissionais da música locais, em outros moldes o que veio a acontecer, através do projecto “Sal Fest Online”, show virtual, através do Facebook ou outro canal de comunicação ‘online’.
Júlio Lopes justificara a suspensão do Festival de Santa Maria com a falta de verba, face à nova realidade provocada pela pandemia, já que está-se a falar em valores superiores a cinco mil contos, só por parte da autarquia, embora o orçamento do evento ultrapasse os 20 mil contos.
Para algumas pessoas, a não realização, este ano, do festival não fez diferença alguma, mas para outras, faz falta a música ao ar livre, que permite o convívio, montagem de tendas, sacolas às costas, rumo aos dois dias de boa música e muita paródia.