Cidade da Praia 17 Set (Inforpress) – O Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC), Guiné Bissau, promove hoje e 24 deste mês um ciclo de debates virtuais para marcar quase cinco décadas de percurso independente da Guiné-Bissau, celebrada a 24 de Setembro.
Segundo uma nota informativa do CESAC, a que a Inforpress teve acesso, no dia 24 de Setembro de 2020 completar-se-ão 47 anos desde que os guerrilheiros do PAIGC proclamaram a independência da Guiné-Bissau, realçando que desde então, o país tem trilhado um caminho bastante “sinuoso” na procura da sua independência económica, social e cultural.
“Decorridas que foram estas décadas de um tactear permanente, de pequenos avanços e grandes recuos, importa, à luz dos ensinamentos de Amílcar Cabral, parar e fazer o balanço do que foram estas quase cinco décadas de mudanças sem desenvolvimento, lembrar as lutas que conduziram à conquista da independência, reflectir sobre o que correu mal e identificar os pontos fracos e fortes, as ameaças e também as oportunidades”, lê-se na nota.
A mesma fonte propõe ainda revisitar os fundamentos legados por Amílcar Cabral no que toca ao modelo de sociedade e construir novas utopias e vislumbrar as condições de concretização de novos sonhos.
Assim, elucidou, para marcar estas quase cinco décadas de percurso independente da Guiné-Bissau, o Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC) decidiu levar a cabo uma série de debates virtuais em colaboração com a Associação de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa (AILPcsh).
Esta iniciativa, de acordo com a nota, visa proporcionar aos investigadores, académicos e cidadãos no país e na diáspora uma plataforma que permita, através de um diálogo sereno, responsável, profícuo e cientificamente fundamentado, trazer luz sobre os problemas e os desafios que se colocam ao país na actualidade e nos próximos tempos.
O debate desta quinta-feira, que acontece as 16:00, tem como tema “Revisitar a Luta de Libertação Nacional na Guiné-Bissau: dimensões estratégico-militar, diplomática e de clandestinidade” e terá como painelistas, o presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires, representante do Instituto do Património Cultural (IPC) Carlos de Carvalho, o representante da CEDEAO, Leopoldo Amado e será moderado por Zaida Pereira, do CESAC.
No dia 24 de Setembro, o debate realiza-se sob o tema “Guiné-Bissau: cinco décadas de (des)construção de um projecto societal, o que ainda se pode sonhar?” e contará com intervenções de Carlos Lopes, da Universidade do Cabo, Miguel de Barros, do CESAC, e Miguel Carter, da DEMOS Paraguai, e será moderada por Carlos Cardoso, do CESAC.
A Guiné Bissau foi a primeira colónia a ver a sua independência reconhecida por Portugal, em Setembro de 1974. Foi em Madina do Boé, no Leste, que “Nino” Vieira, presidente da Assembleia Nacional Popular, proclamou a independência unilateral do país.