Mindelo, 29 Set (Inforpress) – O ministro da Cultura disse no Mindelo que a Feira Nacional de Artesanato e Design, que acontece entre 25 a 29 de Novembro, terá um orçamento de 3.500 contos, representando uma redução de 50 por cento (%).
Segundo Abraão Vicente, que falava sexta-feira no acto da apresentação oficial da feira, nas edições anteriores o orçamento da Urdi girava entre 7 mil a 8 mil contos mas, este ano o orçamento será de 3.500.
Isto porque, apesar das conferências e das participações internacionais serem online, “há custos fixos” para implementar a feira “com o nível de qualidade que se quer”, o que “implicará um investimento continuado”, salientou o ministro.
Segundo Abraão Vicente, a pandemia tem causado um “impacto económico brutal” não só no sector da cultura dos privados e “os músicos e artistas têm a vontade que se abra o sector, mas a saúde das pessoas está em primeiro lugar”.
No entanto, salientou que “o sector da cultura não esteve parado em nenhum dos sectores”. O que está parado é a produção de música e de eventos mas, os criativos continuam a produzir conhecimentos e obras de arte.
O mesmo lembrou que a situação de pandemia prejudica também o nível de disponibilidade financeira que o próprio MCIC tem para implementar eventos como a Urdi.
Também os museus de Cabo Verde, adiantou Abraão Vicente, “praticamente viram os seus orçamentos eliminados” e os demais eventos do Ministério da Cultura “sofreram cortes à volta de 80%”.
“No Orçamento Rectificativo tivemos um corte de 90 mil contos e no Orçamento para 2021 acrescenta-se um corte de mais 100 mil contos. Comparado com o Orçamento aprovado no ano passado com o que vamos ter em 2021, o MCIC terá um corte de 190 mil contos, grande parte para em investimentos”, concretizou o governante.
Para o ministro, isso significa que a realização da feira Urdi é uma “prova de resiliência” do sector. Outra razão de que “a feira tinha que acontecer” é que em Janeiro ou Fevereiro do próximo ano o seu ministério fará a entrega do novo Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design todo remodelado e equipado, adiantou.
“A implementação da URDI é mais uma vez a necessidade de o sector relançar com uma pujança acrescida”, sentenciou Abraão Vicente, para quem o novo desafio é “criar um novo modelo para o re-arranque”.
“Antes do dia 21 de Outubro, que é o dia do Plano Nacional de Desconfinamento, em que o sector da cultura deve abrir, lançaremos as regras para a realização de qualquer tipo de eventos, de acordo com o certificado sanitário que a Direcção Geral da Saúde nos passará”, explicou o ministro.
Além de participar na apresentação da Urdi, Abraão Vicente visitou o museu Cesária Évora e o Museu do Mar na cidade do Mindelo. Isto, elucidou, na lógica do relançamento da ideia do projecto do museu da cidade do Mindelo.
CD/HF