Bissau, 13 Out 20 (ANG) – O enviado especial da União Africana Donald Kaberuca disse segunda-feira que África está no fim da fila para a vacina da covid-19 e pediu maior acesso a reservas dos bancos multilaterais para conseguir imunizar a população do continente, noticiou a Lusa.
O enviado da União Africana para a covid-19 falava hoje durante a conferência do Financial Times sobre África, este ano em formato virtual, num painel sobre a vida no continente após a pandemia.
« Os países europeus, os países ricos, já pré-compraram as vacinas », apontou, sublinhando a urgência de se « encontrar um mecanismo global » que assegure que África consegue vacinar « a massa crítica necessária para criar imunidade em áfrica », que segundo o África CDC é de 60%.
« O que esperamos e defendemos é que uma pequena parte dos Direitos Especiais de Saque (Special Drawing Rights) sejam disponibilizados para serem usados no acesso às vacinas », sustentou.
« Não acreditamos que as iniciativas internacionais atuais sejam adequadas para nós acedermos às vacinas ao nível que precisamos », acrescentou, lembrando que estas iniciativas sustentam que « não há problema » se a vacina abranger apenas 20 por cento da população africana.
Os Direitos Especiais de Saque permitem aceder às reservas internacionais dos bancos multilaterais (FMI, Banco Mundial), mas para isso é necessário a aprovação dos acionistas (Estados-membros).
África registou nas últimas 24 horas mais 200 mortes devido à covid-19 e 7.964 novas infeções, elevando os números totais para 38.396 e 1.577.644, respetivamente, segundo os últimos dados relativos à pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas o número de recuperados nos 55 Estados-membros da organização foi de 6.997, para um total de 1.304.622 desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e quatro mil mortos e mais de 37,2 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa