Cidade da Praia, 15 Out (Inforpress) – A presidente da RAMAO, Josefina Chantre, apelou hoje aos governos a terem um olhar diferenciado em relação às mulheres rurais, avançando que deve ser feito projectos sustentáveis e duráveis para ajudar as mesmas a ultrapassar crises.
Em declarações à Inforpress por ocasião do Dia Internacional da Mulheres Rurais que se celebra hoje, a presidente da Associação das Mulheres da África Ocidental (RAMAO), Josefina Chantre, afirmou que neste dia “não há motivos para comemorar, mas sim “há motivos para sentar e reflectir.
“Este é o momento de pensar em melhores estratégias, pôr de pé projectos sustentáveis e duráveis, sobretudo como alternativas às pragas, como o lagarto do cartucho que assola, mais concretamente, Cabo Verde”, asseverou Josefina Chantre.
Para além da situação agravada pela covid-19, neste momento, prosseguiu a presidente, depois de quase quatro anos de seca, as mulheres estão a viver numa situação “caótica”, disse, indicando que a ilha de Santo Antão, como exemplo, onde a lagarta cartucho está a “devorar tudo e não há nada para comer”.
Com isto, a presidente admitiu que, a resiliência vai ser muito maior, a pobreza e as desigualdades vai se acentuando, reiterando que os governos “devem ter um olhar diferenciado para essas mulheres rurais que são chefes de família”.
O Dia Internacional das Mulheres Rurais foi instituído em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e assinala-se anualmente a 15 de Outubro, tendo por objetivo alertar para o papel determinante que o sexo feminino desempenha num universo que, tradicionalmente, muitos (ainda) associam sobretudo ao sexo masculino.
TC/DR