Luanda,22 de Outubro (ANGOP) – O Presidente da República, João Lourenço, afirmou, nesta quinta-feira,22, que mais de 13 milhões de alunos matriculados no presente ano lectivo estão, temporariamente, confinados, em consequência da Covid-19.
Esses dados foram avançados pelo Chefe de Estado angolano, numa comunicação, por vídeo-conferência, na Sessão Extraordinária da Reunião Global da UNESCO sobre a Educação.
Segundo o Presidente João Lourenço, perante este quadro, Angola tem implementado medidas para inverter a situação em diversas áreas da vida social, com realce para o sistema de educação.
Relativamente às medidas no sistema de educação, sublinhou que o Executivo angolano elaborou um calendário lectivo reajustado com os respectivos programas mínimos e orientações metodológicas.
Ainda no domínio da educação, o Chefe de Estado disse que está, igualmente, em curso um programa inclusivo para dar maior oportunidade ao acesso à escola às meninas, sobretudo das zonas rurais, que, por entraves culturais e estereótipos sociais, são marginalizadas desde tenra idade e empurradas para o trabalho infantil e a gravidez precoce.
Na sua comunicação, João Lourenço evidenciou o facto do Governo angolano alocar verbas extraordinárias às escolas, para assegurar a sustentabilidade do processo de ensino e devolver aos alunos, professores e às famílias a esperança e confiança de uma vida escolar segura.
O Presidente da República falou do programa « Valor Criança », que está a ser implementado em três províncias do país no âmbito do sistema integrado de gestão da acção social, cuja acção incide sobre a prevenção da má nutrição e promoção da saúde infantil, o registo de nascimento na inserção do sistema de ensino atribuindo apoio financeiro às famílias mais pobres.
O Estadista referiu-se, igualmente, sobre o programa de protecção social, através de transferências monetárias, denominado Kwenda, desenvolvido com o Banco Mundial, que tem tido um impacto positivo na vida das famílias e das comunidades, beneficiando os agregados familiares mais vulneráveis.
Outra prioridade, segundo o Chefe de Estado angolano, prende-se com a formação e capacitação dos professores e gestores escolares, numa iniciativa que visa mudar a abordagem das escolas em contexto da Covid-19, com ferramentas que colocam a sua acção em prol da defesa da vida e da construção do conhecimento.
Apesar de diversos condicionalismo, disse, Angola desenvolve um programa que visa a massificação do uso das novas tecnologias de informação e comunicação em escolas do ensino secundário, tendo já sido aprovada a modalidade de ensino à distância e semi-presencial.
Disse que já é realidade a disponibilização de todos os materiais curriculares, sobretudo do ensino primário na plataforma electrónica SEPE, a fim de permitir o acesso fácil aos conteúdos oficiais ministrados nas diferentes classes.
Informou, também, que se encontra em fase final o processo de revisão, actualização e melhoramento dos manuais escolares e instrumentos co-relacionados do ensino geral, sendo que, por esta via, estima-se promover e melhorar o ensino e aprendizagem.
Quanto aos resultados do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), esclareceu que o mesmo permitiu o aumento significativo do número de salas de aula.
Actualmente estão disponibilizados 22.844 salas de actividades para as crianças dos zero aos quatro anos, 17.400 salas de aula para a classe de iniciação e 1.140 salas de aula para reforçar o combate ao insucesso escolar e atender as crianças com necessidades educativas especiais.
Para o ensino secundário, foram disponibilizada 16.069 salas de aula para o I Ciclo e 11.895 salas de aula para o II Ciclo.