Nova Sintra, 30 Nov (Inforpress) – Vany Furtado, jovem de 36 anos, natural da ilha de Santiago, defendeu hoje que apostar na plantação de capim elefante diminui os efeitos da seca no sector da pecuária e garante qualidade aos criadores.
Vany Furtado, técnico-agropecuário e extensionista rural, explicou que ultimamente fez uma parceria com um criador e dono de uma área de mais de 800 metros quadrados, onde fazem plantação do capim elefante.
Segundo a mesma fonte, começou por fazer mudas em bolsas de plástico com a ideia de vender aos criadores da ilha de Santiago, mas depois, por falta de alguns equipamentos e algumas outras dificuldades, selecionou um criador na ilha Brava e fizeram uma parceria, criando um campo forrageiro.
A plantação foi feita na época das chuvas, para aproveitar a época e garantir a produtividade e depois foi feito o processo de silagem, que permite guardar o pasto para as épocas mais críticas.
Conforme realçou este jovem, com os anos de seca consecutivos, este processo ajuda os criadores nas épocas que não há pasto, “assegurando e garantindo uma alimentação com qualidade aos animais”.
“Para este ano, não conseguimos atingir o objectivo por causa da escassez das chuvas, mas vamos manter este campo verde até à próxima época das chuvas para ver se conseguimos obter uma maior produtividade e ingressar no processo de silagem e dando continuidade ao campo forrageiro”, explicou.
Vany Furtado explicou que o capim elefante é uma das plantas que permite o criador fazer “stock”, tanto no formato de silagem como no de feno.
Questionado sobre estes dois processos adequados para guardar o pasto, explicou que para fazer o feno, o capim tem de ser cortado no período entre 50 a 70 dias após a sua plantação, é secado no sol e depois guardado com a qualidade e um valor nutritivo dentro do padrão desejado.
Já a silagem é um processo onde apanham o capim elefante, é exposto ao sol por algumas horas e depois é triturado na máquina para depois ser conservado.
Como não conseguiu atingir o seu objectivo que era vender para os criadores da ilha da Santiago, Vany Furtado avançou que já há iniciativa e interesse por parte de criadores de Santo Antão e São Vicente em comprar silagem, mas que ainda é uma possibilidade, pois isso depende do “stock” existente para assegurar a exportação para outras ilhas.
Na Brava, informou que já há também alguns criadores a enveredar por esta prática, mas defende que ainda há necessidade de divulgar esta prática e as suas vantagens e fazer mais campanhas de sensibilização no seio dos criadores.
Só assim, ajuntou, é possível fazê-los entender que “este é um caminho para dar à pecuária um rosto diferente e não ser massacrado pelos anos consecutivos de pesca”.