Cidade da Praia, 15 Out (Inforpress) – O presidente da Associação de Deficientes Visuais de Cabo Verde (ADVIC), Marciano Monteiro, disse hoje que o acesso à comunicação continua sendo uma das principais reivindicações, apontando também outros direitos que não são respeitados no País.
Marciano Monteiro fez esta observação à imprensa, à margem da mesa redonda promovida pela ADVIC, para assinalar o Dia Internacional da Bengala Branca, que se celebra a 15 de Outubro.
Na ocasião, explicou que no caso da deficiência visual, não há total acesso a comunicação, que a título de exemplo indicou que nos jornais televisivos, quando passam notícias em rodapé, as pessoas com essa deficiência já ficam à margem.
Por outro lado, assinalou, a inclusão para as pessoas com deficiência é um processo lento e complexo, mas os sucessivos governos têm sempre vontade de trabalhar para pessoas que estão à margem.
“Entretanto, exige algum sacrifício e custo, sobretudo na adaptação de imóveis que, infelizmente, não estão concebidos para uso das pessoas com deficiência”, atestou, apelando a uma fiscalização rigorosa neste sentido, para o cumprimento das normas que não são cumpridas.
Sobre a mesa redonda com vista a assinalar o Dia Internacional da Bengala Branca, Marciano Monteiro informou que o objectivo é trabalhar numa parceria com a União Africana de Cegos, com o intuito de sensibilizar o Governo a ratificar o Protocolo Africano das Pessoas com Deficiência.
“Nós ainda estamos na preparação para esta advocacia, mas acreditamos que com a assinatura deste protocolo poderemos ter ganhos imensos e benéficos, uma vez que trás instrumentos de protecção dos direitos das pessoas com deficiência”, sublinhou.
O Dia Internacional da Bengala Branca tem por objectivo reconhecer a independência das pessoas com deficiência visual e sua plena participação na sociedade.
O símbolo da bengala branca representa a independência, liberdade e confiança das pessoas cegas, sendo que a data foi instituída pela Federação Internacional de Cegos, em 1970.