Cidade da Praia, 09 Set (Inforpress) – O alegado testa de ferro de Nicolás Maduro, Alex Saab Móran voltou à carga e desta vez acusa “membros da polícia de Cabo Verde” de terem ocultado documentos que lhe conferem o estatuto de diplomata.
Numa nota enviada à Inforpress lê-se que na segunda-feira, dia 07, a equipa jurídica de Alex Saab, “detido arbitrariamente” na prisão do Sal (Cabo Verde) desde 12 de Junho, apresentou queixa contra membros da polícia cabo-verdiana.
O motivo da denúncia refere-se ao facto de que, no momento da detenção do enviado especial, foi-lhe apreendida uma pasta contendo documentos oficiais que demonstravam o carácter diplomático de sua viagem como missão especial, bem como o carácter diplomático como enviado especial.
Ainda segundo a mesma fonte, “a polícia ocultou tais documentos”, evitando que fossem conhecidos dos juízes e deles reconhecendo a inviolabilidade de Alex Saab como enviado especial e, portanto, “protegido internacionalmente”.
“Esta pasta foi devolvida dias depois sem registo do que foi apreendido ou da documentação encontrada”, prossegue.
A mesma fonte diz ainda que este “importante acontecimento”, além da “natureza criminosa” da acção, poderia levar a uma reviravolta jurídica na situação de Saab, que, segundo afirma, até agora viu seu carácter de enviado especial e sua inviolabilidade e imunidade diplomática derivada disso desconhecido.
Alex Saab Morán, de nacionalidade colombiana e com passaporte venezuelano, foi detido no Sal, a 12 de Junho, no cumprimento de um mandado internacional, emitido pela Interpol, a pedido das autoridades norte-americanas.
Os Estados Unidos consideram o empresário um testa-de-ferro do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A defesa – liderada internacionalmente pelo antigo juiz espanhol, Baltazar Garzón – e governo venezuelano apostam na ilegalidade da detenção, já que Saab viajaria com passaporte diplomático.
Depois de correr os transmites legais, o caso está agora na alçada do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde, quem irá decidir, ou não, pela extradição de Alex Saab para os Estados Unidos da América.