Bissau, 19 Nov 21 (ANG) – O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), instalado para a protecção e assistência às vítimas de conflito armado, na Guiné-Bissau desde a guerra cívil de 7 de Junho de 1998, deixará o país no final do ano em curso.
O fim da missão foi anunciado esta sexta-feira em conferência de imprensa, pela Chefe da Representação Diplomática da Delegação da CICV Regional de Dakar, Valentina Bernasooni.
Durante os anos de estada na Guiné-Bissau,a Cruz Verelha efectuou visita à pessoas detidas em decorrência do conflito político militar de 98, reabilitou locais de detenção para melhorar as condições de vida dos detidos, e facilitou a reunificação de pessoas separadas das suas famílias como resultado da guerra civil.
Em termos de Promoção do respeito aos Direitos Internacionais Humanitário (DIH), Valentina Bernasooni disse que o CICV realizou atividades de sensibilização e de formação em DIH a favor das Forças Armadas da Guiné-Bissau e da ECOMIB, missão de manutenção de paz da CEDEAO.
Ainda sobre s actividades desenvolvidas na Guiné-Bissau, aquela responsável referiu que o CICV distribuiu alimentos e utensílios necessários à vida das pessoas afetadas pelo conflito armado, construindo poços para facilitar o acesso à água potável para pessoas que fugiram do conflito, apoiou as comunidades na recuperação e funcionamento do hospital de São Domingo e do Centro de Reabilitação Motora (CRM) de Bairro de Quelelé.
Questionado sobre a razão da retirada do CICV na Guiné-Bissau a Chefe de Representação Diplomática de Delegação da CICV Regional de Dakar, sustentou que o CICV teve uma missão para ajudar na resolução de conflito que havia em 1998/99, e que como já foi ultrapassado, o CICV, segundo as suas normas, tem que retirar.
“Apesar de fecharmos a nossa porta na Guiné-Bissau, continuaremos as nossas atividades de sensibilização para a prevenção da paz mundial em salvaguarda do Direito Humano”, disse a responsável.
Segundo Valentina, o problema não é a presença frísica, apesar do CICV feixar as suas portas na Guiné-Bissau, o gabinete em Dakar, continuará a dar assistência a Guiné-Bissau, como tem dado a Gâmbia e Cabo Verde.
E sobre o balanço dos 23 anos de desempenho da Cruz Vermelha Internacional na Guiné-Bissau, Valentina Bernasooni considerou os de positivo, sustentando que foram bem recebidos pelas autoridades civis e militar locais.
“Conseguimos por outro lado ajudar os necessitados, em vários problemas, e também tivemos uma boa relação com a sociedade civil guineense”, afirmou Valentina Bernasooni.