Praia, 22 Out (Inforpress) – O PAICV (oposição) exortou quarta-feira ao Governo a cumprir o código eleitoral, parar toda e qualquer acção que vise corromper o eleitorado e deixar que o voto seja livre e conscientes nas autárquicas de 25 de Outubro.
Esta posição do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) foi manifestada pelo seu coordenador nacional autárquico, Américo Nascimento, em conferência de imprensa, realizada na cidade da Praia.
“Os cabo-verdianos têm assistido com preocupação e estupefacção, a sistemática violação do código eleitoral pelas diferentes candidaturas do Movimento para a Democracia (MpD) que vem perturbando, claramente, o processo eleitoral, perpetrados, sobretudo, pelos membros do Governo”, afirmou.
Práticas que, segundo Américo Nascimento, têm originado um conjunto de queixas junto à Comissão Nacional de Eleições (CNE), que, conforme disse, está sendo obrigada a trabalhar dia e noite para produzir deliberações, “todas elas desautorizando o Governo e as várias candidaturas do MpD”.
A última situação, conforme relatou, diz respeito à “cena” que envolve o vice-presidente do MpD e ministro da Defesa e Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, que, “em campanha eleitoral” no mercado de Sucupira, na cidade da Praia, “ofereceu 10 mil escudos a cerca de 1000 vendedores”.
“A CNE acaba de tomar posição recomendando o Governo a adiar essa distribuição para depois das eleições de 25 de Outubro”, prosseguiu este responsável partidário para quem “este é um dos actos mais graves de violação do código eleitoral, que proíbe a distribuição de donativos, subsídios e outros, de moda a evitar que os eleitores sejam corrompidos”.
Américo Nascimento afirmou ainda que o PAICV considera o episódio como “mais um caso de aproveitamento político, visto que, completou, “o subsídio de 10 mil escudos, aprovado pelo Governo, desde Março, no quadro do Estado de Emergência, foi guardado até agora para tirar dividendo político eleitoral”.
“Terá o Governo mudado de posição por causa do período eleitoral?”, questionou o coordenador autárquico do PAICV, acrescentando que o ministro da Finanças, Olavo Correia, havia visitado o mesmo mercado depois dos prejuízos causados pelas cheias, “havia recusado aos vendedores qualquer apoio, alegando que os mesmos teriam de estar legalizados para poderem ter direito”.
Américo Nascimento disse ainda valer a pena relembrar que Olavo Correia “recusou sempre” a proposta da Associação das Instituições de Micro-finanças para que o Governo comparticipasse na subvenção da taxa de juros e na prestação de garantias para a concessão de financiamento aos vendedores.