Nova Sintra, 25 Fev (Inforpress) – O projecto Renda Brava, resultante da residência criativa desenvolvida no âmbito da URDI 2018, já se encontra na sua segunda fase, destinada a prototipagem e esclarecimento de dúvidas para ambas as partes envolvidas.
Em declarações à Inforpress, a designer do projecto Karine Patrício, que se encontra na ilha juntamente com outra designer para o acompanhamento das sete rendeiras, explicou que o projecto foi desenhado numa perspectiva de longo prazo, no qual as criações (produtos) resultarão de um trabalho colaborativo entre as designers e as artesãs.
Segundo a mesma fonte, o que se pretende, fundamentalmente, é que o projecto se traduza numa marca de excelência e qualidade que, “além de acrescentar valor simbólico e promocional à ilha Brava, constituirá uma fonte de rendimento para essa classe e de criação de riqueza para o país”.
Este projecto encontra-se inserido no projecto “Artesanato Created in Cabo Verde”, promovido pelo Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD”, instituto público tutelado pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas) e conta com a parceria da Câmara Municipal da Brava.
Uma parte do projecto, segundo a designer, é financiada no âmbito do programa Diversidade, do projecto Pró-Cultura, e a outra parte é financiada pelo Fundo do Turismo.
Entretanto, Karine Patrício ressaltou que o projecto foi projectado para integrar novos elementos de acordo com o seu crescimento e desenvolvimento, numa cadeia de valor mais alargada beneficiando o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, o CNAD, a autarquia local, os distribuidores do artesanato, o sector turístico e os fornecedores de matéria-prima.
De ressaltar que o projecto Renda Brava resulta da Residência Criativa desenvolvida no âmbito da Feira de Artesanato e Design (URDI) 2018, com o objectivo de propor uma nova abordagem criativa e estética à Renda da ilha enquanto elemento simbólico, patrimonial e identitário desse território.
Além disso, a designer relembrou que um dos propósitos também é de “promover a transmissão dos saberes artesanais a nova geração de artesãos e designers e preservar as técnicas tradicionais, estimulando a experimentação e colaboração entre o artesanato e o design com o intuito de promover a inovação e maior valorização estética e comercial dos produtos”.
Questionadas sobre as expectativas com o projecto, Helena de Pina, coordenadora das rendeiras realçou que é uma “mais-valia” para a renda tradicional da ilha, augurando que em conjunto possam atingir os objectivos que foram traçados desde o início do mesmo.
Além disso, acentuou que vão fazer de tudo para que o contrato de seis meses, assinado no final do mês de Janeiro, possa ser renovado no final deste período para que possam dar continuidade ao projecto e garantirem um salário.