Cidade da Praia, 22Nov (Inforpress) – Cerca de 20 técnicos de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau estão reunidos de segunda-feira até quinta-feira, na Praia, para uma formação sobre recursos hídricos e gestão ambiental na reserva da biosfera do Maio.
Promovida pelo Ministério da Agricultura e Ambiente, em parceria com a Unesco, a formação visa dotar os participantes com soluções sistémicas eco hidrológicas como ferramentas para enfrentar os desafios de recursos hídricos e gestão ambiental e facilitar o estabelecimento de um local de demonstração de eco hidrologia na reserva da biosfera do Maio, em Cabo Verde.
Durante a abertura Gilberto Silva, disse que Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau são países com realidades distintas, com a problemática da água e tem em comum colocar o equilíbrio os ecossistemas, assegurar os serviços ecossistémicos para deixar os recursos naturais para as gerações futuras e assegurar assim a sustentabilidade da utilização dos recursos hídricos.
O governante avançou que as reservas mundiais da Biosfera da ilhas do Fogo e do Maio foram criadas em 2020 e precisam de consolidação assim como as reservas da biosfera desses países.
É neste contexto, que os países devem reforçar a cooperação, trocar experiências, criar sinergias e reforçar a capacidade para a gestão directa das reservas fazendo com que as reservas da biosfera desempenham o seu papel enquanto territórios bem representativos onde existe boa harmonia entre a exploração dos recursos naturais, da cultura, costumes e a forma de ser.
Disse esperar que a formação possa reforçar as capacidades de modo a atender aos desafios das exigências das populações em matéria de acesso a um serviço seguro, justo, equitativo em matéria de água e orientar os gestores da reserva da biosfera para existência de sítios demonstrativos dessa boa gestão.
No seu discurso de abertura lembrou que esses países precisam de água, de desenvolver as actividades económicas sobretudo a agricultura que consome cerca de 70% dos recursos hídricos, mas sublinhou que é necessário também melhorar os serviços de água.
Tendo em conta que Cabo Verde é um país árido, disse que já faz a dessalinização da água há 50 anos, onde 82% da população no meio urbano tem acesso a água canalizada, 78% no mundo rural com uma média de 64 litros por pessoa por dia, mas o grande desafio do é chegar a 90 litros por pessoas por dia até 2026.
Para alcançar essa meta, Gilberto Silva realçou que serão necessários investimentos, mobilização de recursos financeiros e capacidade técnica, mas realçou que o essencial é fazer uma boa gestão dos ecossistemas.
A cerimónia de abertura do workshop de capacitação e investigação em eco-hidrologia e estabelecimento de um sítio de demonstração de eco-hidrologia na reserva da biosfera do Maio, Cabo Verde contou com a presença do representante do diretor regional da Unesco.