Cidade da Praia, 02 Fev (Inforpress) – Santiago, Sal, São Vicente, Santo Antão e Boa Vista são as ilhas onde se regista maior consumo precoce do álcool e outras drogas ilícitas nas comunidades, revelam estudos da Comissão de Coordenação do Álcool e Outras Drogas (CCAD).
A secretária-executiva da CCAD expressou esta preocupação à imprensa, à margem da formação de formadores on-line em matéria de prevenção ao uso do álcool e outras drogas nas comunidades, destinada a profissionais das áreas da saúde, educação e social, tendo alertado para o reforço da intervenção precoce em todas as ilhas.
Por esta razão, Fernanda Marques clarificou que esta formação de três dias tem o propósito de capacitar profissionais de todas as ilhas, já que se pretende, para além de um trabalho preventivo, fazer com que a situação não evolua para um patamar superior nas ilhas já identificadas.
Esta formação, precisou, é de extrema importância para a CCAD, já que terá a possibilidade de formar formadores para trabalhar directamente com os intervenientes que laboram nas comunidades, uma estratégia da própria comissão, com o intuito de colher melhores resultados com esta rede de formadores nas comunidades.
“Várias medidas foram implementadas anteriormente para os diferentes públicos-alvos e destinadas a diferentes contextos, mas há a necessidade de reforçarmos as respostas uma vez que os desafios são elevados”, sentenciou Fernanda Marques convicta de que os participantes desta formação têm experiência nesta área para melhor promoverem e prevenirem o consumo.
Opinião corroborada pela coordenadora sénior da ONUDC, Cristina Andrade, para quem esta formação insere-se no quadro das actividades conjunta das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde (OMS), de modo que considerou esta actividade de “extrema importância”, por entender que “vai reforçar acções já cooperadas com o Governo”.
Disse que os formandos têm um perfil chave em termos de formação ao uso do álcool e outras drogas nas comunidades, ressaltando que a ONUDC vem demonstrando, mundialmente, que as evidências são claras e que os problemas decorrentes do uso abusivo do álcool e outras drogas, com reflexos na saúde mental, assim como as dependências poderão ser evitáveis.
Realçou que as pessoas devem estar bem informadas e capacitadas, de forma que sejam mitigados os factores de risco para os usos de substâncias psicoactivas, argumentando que esta formação acaba por ser uma oportunidade de reforçar as capacidades técnicas dos profissionais envolvidos, no sentido de estarem munidos de habilidades, conhecimento e estratégia de comunicação.
Com esta estratégia de comunicação, a representante da ONUDC acredita que está-se a multiplicar as informações a nível da comunidade, pois que “a prevenção é uma grande aposta e está comprovada que investir na prevenção é uma questão de crescimento económico”.