Bissau, 05 fev 22 (ANG) – O Primeiro-ministro português condenou hoje os acontecimentos do passado dia 01 de fevereiro na Guiné-Bissau, reafirmando a solidariedade portuguesa para com o governo guineense.
A condenação de António Costa foi feita em declaração conjunta à imprensa , após um encontro com o seu homólogo guineense, Nuno Gomes Nabiam.
O chefe do governo português iniciou, ao princípio da tarde deste sábado, uma visita de 24 horas à Guiné-Bissau.
Disse que a visita significa um apoio à estabilidade, “porque no mundo de hoje os conflitos têm que ser resolvidos por vias democráticas, pelo voto e não de qualquer outra forma”.
“Infelizmente estamos hoje a conhecer realidades de guerra militar muito feroz, inimaginável no continente europeu, e naquelas imagens que vemos devem nos inspirar para perceber o valor da paz, da vida e o valor das instituições democráticas, de que podemos, todos, viver em liberdade, estabilidade necessárias para que o progresso económico possa existir e para que todos possam melhorar as suas condições de vida”, disse.
Informou que o portugal disponibilizou 60 milhões de Euros para investir ao longo dos anos, no país, no quadro do Programa Estratégico de Cooperação(PEC), assinado com o governo guineense, no ano passado, em quatro áreas, válido para cinco anos(2021-2022).
Segundo António Costa, para que estes investimentos produzam efeitos é necessário dar tempo para que esta semente “chegue a terra » e da terra possa florescer. “Para isso é preciso estabilidade”, disse.
De acordo com Antonio Costa, de imediato, quatro projetos devem ser implementados: o primeiro está relacionado ao treino militar, com presença no país, nos próximos meses, de 30 especialistas militares portugueses em diferentes àreas para o cumprimento dessa missão.
“Em segundo lugar, a vontade que temos, assim que haja terreno disponível e muito rapidamente podermos lançar o projeto para a construção, de raiz, de uma escola portuguesa, em Bissau”, revelou o governante portugues.
Antonio Costa disse que o terceiro projeto refere-se a recuperação do navio “Gaboriense” que permitirá fazer uma melhor ligação entre o continente e o arquipélago de Bijagós.
O quarto e último, trata-se do estudo que está a ser desenvolvido para poder classificar uma reserva de biosfera nos arquipélagos dos Bijagós, reforçando as suas condições para a atração de turismo de natureza, que será um contributo para a preservação do patrimônio natural, mas também para o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau.
O governante português disse que, assim que for aprovado pelo seu Governo irá adaptá-lo em matéria de vistos e de autorização de residência, o novo Acordo de Mobilidade, de forma a comprir com o seu objectivo,por forma a eliminar as barreiras de circulação que existe entre os cidadãos da CPLP, sobretudo dos guineense que querem visitar Portugal.
O Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam disse que a visita vem reforçar a cooperação, em diferentes sectores, no quadro do PEC.
Nabiam revelou que o governo português vai oferecer a Guiné-Bissau uma embarcação de transporte do pessoal e carga, após a sua reparação que custou cerca de milhão de Euros.
Nuno Gomes ainda destacou a existência de um projecto na àrea da biodiversidade, a ser financiado por Portugal, através do fundo do ambiente, com a duração de quatro anos, no valor de 2, 5 milhões de Euros.
No âmbito dos fundos europeus, Nabiam disse que Portugal ir apoiar o país na área de tele-medicina e no combate à Covid-19.
Para o chefe do Governo guineense,a visita de António Costa demonstra a solidariedade do governo português, mas também exalta a estabilidade e segurança para quem queira investir na Guiné-Bissau.
No cumprimento do seu programa de visita, António Costa depositou corôa de flores nos mausoléus de Amilcar Cabral e João Bernardo “Nino” Vieira, na Fortaleza da Amura, em Bissau.
Ainda esta tarde deve manter um encontro com o Chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló que, de seguida, lhe oferecerá um jantar oficial.
Para domingo, último dia de visita, Costa deverá deslocar-se ao Cemitério Municipal de Bissau para deposição de coroa de flores no talhão de portugueses, antes de deixar Bissau rumo a Cabo Verde.
O PEC centra-se nas áreas prioritárias selecionadas de comum acordo entre Bissau e Lisboa, e será operacionalizado através de celebração de protocolos plurianuais sectoriais, onde constem os programas, projectos e ações a executar, com uma clara identificação dos custos e das respectivas fontes de financiamento.
Contempla, no total, seis áreas de intervenção: Educação e Cultura; Justiça Segurança e Defesa; Saúde, Assuntos Sociais e Trabalho; Agricultura, Pescas, Energia e Ambiente;Infraestruturas,Economia e Finanças; e Áreas transversais.