Cidade da Praia, 31 Ago (Inforpress) – Guias turísticos de Cabo Verde manifestaram-se hoje “revoltados” pela forma como o Governo está a tratar a classe face a situação da pandemia da covid-19 e pela “falta de apoio” que tem deixado muitos em situação difícil.
O desagrado foi revelado hoje por grupos de guias turísticos que saíram às ruas nas ilhas do Sal, São Vicente, Santiago e Santo Antão, para manifestar o descontentamento e “falta de consideração” pela “situação crítica” pela qual passam muitos deles.
Andy Delgado, guia turístico de Santiago, disse à Inforpress que não estão satisfeitos com a forma como o Governo está a lidar com a situação dos guias turísticas a nível nacional, uma vez que a classe é uma das mais afectadas pela pandemia, e até a data não receberam nenhum tipo de apoio ou subsídio.
“Outros sectores foram contemplados com apoio, mas nós não recebemos nada, é uma situação que nos deixa revoltados”, referiu lembrando que estão no desemprego há cinco meses, tem responsabilidades, famílias e despesas por pagar.
O guia turístico avançou que como medidas, o executivo apresentou uma formação que teve início na semana passada, e cujos seleccionados vão receber um subsídio, mas contempla apenas alguns guias.
Para Andy Delgado, tendo em conta que todos os guias promovem o turismo internacional em Cabo Verde, todos deviam ser englobados.
“Temos as nossas responsabilidades (…), pagamos impostos, somos consumidor não podemos ser ignorados mais uma vez pelo Governo”, lamentou o guia turístico, que pede que a classe seja apoiada com um subsídio.
Andy Delgado considerou que a situação actual é difícil e tende a pior já que não há uma previsão de quando é que o país vai começar a receber turistas.
O guia turístico fez saber que ele próprio chegou a inscrever-se na plataforma para receber o subsidio de 10 mil escudos, mas nunca chegou a receber nada.
O presidente da Associação de Guias turistas de Santiago, Sady Monteiro, revelou à Inforpress que dos encontros que tiveram com o Governo, o executivo deixou bem claro que não vão apoiar a classe com um subsídio alegando que a mesma precisa de ser organizada.
“Desde que o estado de emergência foi declarado, nem todos os guias receberam o apoio de subsídio nem os 10 mil escudos que o Governo disponibilizou para outros sectores afectados com a pandemia da covid-19”, mencionou.
Sady Monteiro disse que neste momento muitos dos guias estão em situação “critica”, e poderá ficar ainda pior já que o País não tem uma previsão para a retoma dos turistas.
Revelou que neste momento a Associação de Guias Turistas de Santiago tem mais de 60 associados.