Cidade da Praia, 18 Jul (Inforpress) – O Dia Internacional Nelson Mandela assinala-se hoje e docentes cabo-verdianos defendem que esta figura africana, assim como a história da África merecem ser estudadas nas escolas do país
A Assembleia Geral da ONU, em Novembro de 2009, instituiu o 18 de Julho como Dia Internacional Nelson Mandela, data do nascimento deste líder sul-africano.
Com esta decisão, que contou com o consenso de 192 países membros, a Organização das Nações Unidas (ONU) quis homenagear a dedicação de Mandela a serviço da humanidade pela resolução de conflitos, pela relação entre as raças, promoção e protecção dos direitos humanos, a reconciliação, igualdade de géneros e direitos das crianças e outros grupos vulneráveis.
Quis-se igualmente reconhecer a sua contribuição pela democracia internacional e a promoção da cultura da paz através do mundo.
A propósito da efeméride em apreço, a Inforpress quis auscultar a opinião da sociedade cabo-verdiana e testar também como é que vai a memória de Mandela no arquipélago.
Lígia Herbert, professora universitária, entende ser necessário que os alunos cabo-verdianos conheçam os grandes homens da África, como Nelson Mandela, porque, disse, a nível de história os “miúdos só aprendem o que é dedicado à Europa”.
“É preciso também trazer os nomes e a história da África para que comecem a conhecer melhor o continente”, propõe, acrescentando que, a nível da literatura, em Cabo Verde não se estuda produções escritas africanas.
Para Lígia Herbert, é nas escolas que se formam pessoas já com consciência da história da África e também da Europa.
Por sua vez, o investigador Nardi Sousa defende que antes de se introduzir a biografia das personalidades, como Nelson Mandela, nos currículuns escolares, é preciso instituir o conhecimento sobre a história da África, porque, segundo ele, “deu tudo ao mundo e temos uma dívida enorme para com ela”.
“Este desconhecimento faz também com que muitos não se interessem profundamente por Nelson Mandela e outros grandes africanos”, afirmou o sociólogo, acrescentando que Mandela, pelo seu humanismo, liderança e luta contra a exploração do homem negro e o facto de ele se ter transformado num servidor da África, merece o respeito de todos.
LC/FP