Cidade da Praia, 02 Fev (Inforpress) – O embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Albuquerque Moniz, destacou segunda-feira a importância da iniciativa Mar Aberto no reforço da cooperação bilateral entre os dois países e da segurança marítima no oceano atlântico.
O diplomata fez estas considerações durante a sua intervenção na apresentação sobre os trabalhos desenvolvidos, pelo navio hidrográfico “Almirante Gago Coutinho”, que está em Cabo Verde desde 13 de Janeiro e que atracou no porto da Praia para dar continuidade a missão nos próximos dois dias.
António Albuquerque Moniz considerou que esta iniciativa constitui um contributo para a segurança marítima, defendendo, no entanto, a necessidade de se investir continuamente no reforço das capacidades navais.
Segundo o embaixador, a prontidão das Forças Armadas exige treino e formações constantes, pois, salientou, apenas assim se consegue alcançar níveis de proficiência capazes de constituírem resposta à multiplicidade de ameaças que os Estados enfrentam.
Defendeu, no entanto, a necessidade de Cabo Verde e Portugal apostarem na segurança marítima, lembrando que a segurança marítima não se faz apenas com meios navais e que o factor humano é de extrema importância na concretização dos objectivos.
“Estas missões constituem um contributo indispensável para a segurança marítima, pois sem conhecer os mares e os seus fundos não se pode navegar em segurança e a vertente científica é também ela de uma importância extraordinária”, realçou.
Por seu turno, o director nacional da Defesa de Cabo Verde, coronel Armindo Sá Nogueira Miranda, destacou o nível de relações de cooperação entre os dois países, tendo referido que a segurança marítima é uma área importante que o país tem dado especial atenção.
Realçou ainda as acções que vem sendo desenvolvidas no âmbito da cooperação no domínio da defesa e segurança marítima, entre os dois países por forma a tornar o corredor a atlântico cada vez mais seguro.
Por sua vez, comandante do navio hidrográfico “Almirante Gago Coutinho”, Calisto de Almeida, durante a apresentação sobre os trabalhos desenvolvidos, no Mindelo disse que durante a missão nesta cidade foram realizadas acções de treinos e formação nas várias áreas.
A missão a Cabo Verde no quadro da iniciativa “Mar Aberto”, segundo explicou, prevê a realização de trabalhos científicos e do levantamento hidrográficos nas águas do território nacional e contribuir para o esforço integrado de obtenção de conhecimentos situacional marítimo de desenvolvimento marítimo e segurança cooperativa da comunidade internacional na região central do oceano Atlântico.
“Nesta missão, para além da plataforma Almirante Cago Coutinho em si, trouxemos a lancha hidrográfica mergulhão, botes com capacidade de efectuar levantamentos hidrográficos. Em termos de recursos humanos, temos connosco a guarnição que é a plataforma em si, e apoio as equipas embarcadas com 36 militares, trouxemos um acréscimo da capacidade médica hidrográfica, de mergulho e militar”, avançou, lembrando que o Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa é a entidade responsável pela cartografia náutica do arquipélago de Cabo Verde.
Conforme adiantou, nos próximos dois dias serão dados seguimentos às atividades no contexto de cooperação no domínio da defesa e realização de levantamentos hidrográficos em baías e costeiras, na cidade da Praia.