São Filipe, 22 Fev (Inforpress) – A lixeira municipal, localizada a menos de 300 metros do hospital e de uma unidade hoteleira, em São Filipe, constitui um crime para a saúde pública e um atentado ao ambiente, disse o presidente da câmara Nuías Silva.
A afirmação é do presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva, que caracterizava a situação da lixeira municipal que vem funcionando há vários anos nas proximidades das duas instituições e numa área habitacional, salientando que, esta semana, chega à ilha do Fogo uma equipa da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS) para trabalhar, com a autarquia, na selagem da mesma e na escolha de uma nova localização.
A ANAS celebrou, em Agosto do ano passado, um protocolo com a câmara visando a suspensão do funcionamento da lixeira a céu aberto, prometendo disponibilizar 20 mil contos para a construção de um aterro controlado, tendo, inclusive, transferido seis mil contos para a autarquia, mas mesmo assim o problema não foi resolvido.
Sem avançar uma data, porque ainda não está devidamente planificado e é preciso discutir com a equipa de ANAS, Nuías Silva apontou que até o início do Verão, o mais tardar, a actual lixeira deixará de funcionar.
“Neste momento já temos o local identificado e iniciado a negociação com o dono do terreno, já temos o projecto elaborado e vamos discutir com ANAS e, caso se mantiver o financiamento prometemos brevemente, numa situação emergencial selar a actual lixeira, deslocalizá-la para um espaço que cause menos impacto ambiental, visual para a cidade e sobre a saúde”, disse o autarca de São Filipe.
Silva destacou que se trata de “uma situação emergencial” para permitir à Câmara Municipal de São Filipe, juntamente com as duas outras, trabalhar o projecto maior de uma lixeira intermunicipal que poderá levar de três a quatro anos.
O espaço identificado pela câmara anterior, localizada, a menos de um quilómetro a sul do perímetro irrigado de Monte Genebra e que implicava a construção de um troço de estrada com cerca de 600 metros, foi descartado pela actual câmara, porque em termos de engenharia financeira era e é um problema e, talvez por isso, não se fez a deslocalização, sublinhando que só o trabalho da estrada era superior ao valor do financiamento da ANAS.
O autarca referiu que o terreno identificado para a situação emergencial, localiza-se entre Brandão e Vicente Dias, numa ravina que está identificado no estudo da CITRES como uma das possíveis zonas para albergar a lixeira, acrescentando que estão a utilizar o estudo que existia para evitar fazer mais estudos.
Tratando-se de situação emergencial, Nuías Silva acredita que os são-filipenses estarão de acordo e convergente com esta situação.
“Vamos ouvir a ANAS e se se mantiver o financiamento vamos socializar a ideia é avançar rapidamente para a implementação, que não demoraria muito para selar actual lixeira e fazer os investimentos na estrada para este espaço e criar as condições para receber o lixo”, advogou Nuías Silva, garantindo que depois o espaço da lixeira actual será requalificado ambientalmente para criar um ecossistema, transformando-o num pulmão verde da cidade.
A mesma fonte indicou ainda que se se mantiver o financiamento, mesmo tendo sido utilizados os seis mil contos, com o resto é possível implementar a deslocalização da lixeira e com o trabalho de gestão que a câmara está a fazer, se tudo correr bem, antes do Verão a lixeira será deslocalizada.
JR/HF
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