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Fogo/Reportagem: Retrocesso na gestão do Parque contrasta com objectivos da sua criação e preocupa técnicos e autoridades (parte II)


  30 Janvier      37        Travaux publics (430),

 

São Filipe, 30 Jan (Inforpress) – O Parque Natural do Fogo (PNF), outrora orgulho desta ilha, está ao abandono, contrastando, infelizmente, com os ideais da sua criação e da iniciativa da candidatura da ilha à reserva da biosfera mundial, facto que tem preocupado técnicos e antigos quadros.
“É uma aberração que o dono do Parque seja ele próprio o primeiro a prevaricar, mas isso é o reflexo do desnorte, da falta de competência ou de assunção de competência por quem devia tê-la”, disse Fausto Rosário, indicando que hoje a apanha de inertes, a construção no seu interior faz-se em qualquer lugar.
É um absurdo e um choque de todo o tamanho quando se chega a Portela e se constata um conjunto de pedras brancas demarcando espaços escolhidos sobre as lavas para se construir, disse, questionando quem autorizou e como se vai processar esta construção perante o silêncio do Parque.
Para o mesmo é preciso definir o quadro do pessoal, as suas competências para que se possa retomar aquilo que a lei propugna para o espaço e não deixar um lugar com uma área superior à da Brava ao “sabor da vontade política ou do protagonismo pessoal de cada um”.
“O Parque, pela área que gere, pela importância que tem no sistema da biodiversidade em Cabo Verde a sua gestão deve ser autónoma, não ficando dependente de um quartinho e uma verbazita atribuída pela delegação do MAA”, apontou Fausto do Rosário, destacando que esse património tem de ter recursos, competências, quadro de pessoal próprio que permita assumir as suas competências e não seja um apêndice da delegação do Ministério do Agricultura e Ambiente.
Conforme sublinhou, não se entende que um país que se candidata a uma reserva de biosfera mundial “trata tão mal” aquela que é a sua principal reserva natural, reforçando ainda que existe “incúria e incompetência por parte do MAA, particularmente da Direcção Nacional do Ambiente”.
No dizer do deste activista, neste caso coloca-se a questão da cidadania e da assunção dos políticos locais que tanto se congratularam com a estrada que atravessa o Parque, mas que não se lembram da sua gestão.
“Já é tempo de as pessoas do Fogo acordarem desse amorfismo completo que parece até que nos leva a correr atrás de todo o mundo a gritar vivas, mesmo quando estamos manifestamente prejudicados”, enfatizou.
Entretanto, conforme destaca Danilo Fontes “Dom Danilon” e uma das vozes mais críticas e inconformadas de Chã das Caldeiras, apesar da não assunção de responsabilidades, “a realidade é muito clara e é uma constatação evidente de que o Parque está ao abandono”.
Uma das coisas que “Dom Danilon” diz não perceber é o facto de que antes havia muitas restrições à volta do Parque e hoje, qualquer um, mesmo estrangeiros, faz o que bem entender neste território “sem dar cavaco” a ninguém, pelo que a situação actual é o que se vê.
A opinião é unânime, no sentido de que, para se inverter o quadro e normalizar a situação é preciso que as autoridades admitam, primeiro, o estado caótico em que se encontra o PNF, e, depois, proceder a mudanças e não continuar a dizer que este é o caminho, mas que haja políticas coerentes para resolver os problemas específicos existentes.
Da mesma forma, consideram que a população da ilha devia reparar que não são apenas os moradores de Chã das Caldeiras que prevaricam, mas o próprio responsável pela área, que devia ser protegida, tal como era antigamente, e não ficar ao abandono, à merce dos predadores.
“Os foguenses parecem estar “dopados” quando os próprios interesses estão a ser delapidados por grupos económicos que estão longe dos interesses de um Parque Natural”, enfatiza Dom Danilon, sublinhando ainda que o espaço em apreço já não dispõe de guardas actualmente, apesar do concurso realizado no ano passado, sugerindo, em jeito de conclusão, que a gestão do Paque precisa mudar de “visão e estratégias” com urgência.

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