Cidade da Praia, 12 Fev (Inforpress) – O Governo de Cabo Verde homenageou todos os ex-governadores do Banco de Cabo Verde (BCV) com primeiro grau de medalha de mérito profissional, como forma de honrar a história de credibilidade da instituição.
O acto, que aconteceu esta quinta-feira durante a cerimónia de inauguração da nova sede do BCV, foi presidido pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que justificou o gesto com a necessidade de reconhecer os contributos pessoais e profissionais dos ex-governadores que passaram pela instituição.
Uma homenagem, que segundo Ulisses Correia e Silva, se estende também aos administradores, aos directores, às chefias e aos trabalhadores, e que na sua perspectiva, tem um percurso que confunde com a história do arquipélago e marca indelevelmente a soberania cabo-verdiana, enquanto país independente.
“O papel do BCV na estabilidade e confiança económica e financeira foi e é determinante. Actua e intervém em áreas que são nossos principais activos. A estabilidade e a confiança, baixos riscos reputacionais que são os principais activos desse país e que devem ser protegidos, cuidados e a aprimorados sempre”, salientou.
Ulisses Correia e Silva frisou ainda que o BCV, enquanto instituição de referência, tem dado um contributo de primeiro nível para a qualidade desses activos que qualificam o país, particularmente no que se refere à estabilidade económica e financeira.
Foram cinco os homenageados que geriram o Banco Central de 1975 a 2020. São eles, Corentino Virgílio Santos, que foi o primeiro governador do BCV (1975 e 1984), Osvaldo Miguel Sequeira com mandato entre 1991 e 1999, Carlos Burgo (2004 – 2014) e João Serra que dirigiu os destinos da instituição de 2014 a 2020 e Amaro Luz, a título póstumo, e cujo mandato decorreu de 1981 e 1991.
Em nome dos agraciados, o antigo governador Carlos Burgo agradeceu ao Governo pela distinção, sublinhando que os mesmos tiveram o grande privilégio de servir o país à frente daquela que é uma “importante instituição”.
Por outro lado, considerou o acto de condecoração como o reconhecimento da importância do banco central no contexto nacional, bem como o desempenho da instituição e das sucessivas gerações de colaboradores.
“O BCV muito justificadamente ostenta o lema ‘ao serviço do desenvolvimento’. No seu percurso respondeu cabalmente aos desafios inerentes às diferentes etapas do desenvolvimento do país, desde a complexa tarefa de estabelecer e gerir uma moeda própria, à gestão com sucesso de um regime cambial, baseada na paridade fixa com o euro”, disse, frisando que há garantia de liquidez e solidez do sistema financeira e o desenvolvimento de um moderno sistema de pagamento.
Neste momento em que complexos desafios se colocam ao país e à económica, Carlos Burgo augurou que também no futuro o BCV esteja sempre à altura das suas responsabilidades, contribuindo decididamente para a garantia de estabilidade económica, financeira e cambial, condição na sua perspectiva, “indispensável” para o crescimento de economia e o desenvolvimento do país.
A nova sede do BCV, obra projectada pelo internacionalmente conceituado arquitecto português Álvaro Siza Vieira, pelas suas características, dimensão e complexidade, valorizará não só o BCV, mas também a Cidade da Praia e todo o país, consideram os interlocutores.