Cidade da Praia, 13 Set (Inforpress) – A política e activista social Graça Machel reconheceu esta terça-feira, na Cidade da Praia, que Cabo Verde é um País estável, que tem tido alternância política na governação e mantido a estabilidade.
Este reconhecimento foi feito à imprensa, à margem de uma visita que efectuou ao Presidente da República, no âmbito da sua visita ao País, de 09 a 13 de Setembro, para participar, enquanto convidada especial, no “Prime Minister Speaker Series”, promovido, anualmente, pelo Chefe do Governo de Cabo Verde.
“Este é um País muito estável, que tem tido alternância política na governação e, no entanto, tem tido estabilidade”, disse, lembrando que Cabo Verde já é considerado País de desenvolvimento médio, tornando-se o único entre os PALOP que atingiu esse nível.
Do encontro com o Presidente da República avançou que esteve a assinalar alguns dos sucessos que considerou os mais marcantes do desenvolvimento deste País, sucessos esses que disse esperar que sejam mais partilhados entre os PALOP, de modo que alguns dos bons exemplos de Cabo Verde possam também inspirar Moçambique, Angola, Guiné Bissau e São Tomé.
“E repara que isso foi conseguido não na base de recursos naturais muito avultados como se tem noutros países”, afirmou, apontando um investimento muito bom no desenvolvimento do capital humano.
Realçou o papel do capital humano, afirmando que tem sido capaz de transformar, de inovar, de levar, de facto, as instituições do Estado a atingir os níveis de desenvolvimento, como lições extremamente importantes.
Entretanto, entende ser natural a permanência ainda de desigualdades em Cabo Verde, tendo realçado, por exemplo, a aprovação neste País de uma lei de igualdade de género, salientando que é também importante agora analisar e saber como é que isso se aplica em termos de atingir a paridade, não só ao nível do Governo, mas também, no parlamento.
“É verdade que Cabo Verde já reduziu os níveis de pobreza, mas ainda tem, então, não há estádio de desenvolvimento nenhum que seja perfeito, é preciso construir na base daquilo que já se conseguiu e fazer o melhor”, pontuou.
Sobre o encontro com o Presidente contou que foi apresentar os cumprimentos a título de reencontro com uma geração mais nova de líderes, e vem daquele processo da libertação africana.
Por outro lado, sobre a instabilidade no seu país, na província de Cabo Delgado, Moçambique, com a descoberta do gás natural, Graça Machel, afirmou que logo no início quando se começou a falar do gás, insistiram que isto não deveria se transformar numa ameaça, lamentado que infelizmente os riscos são muito grandes.
“Não é só a questão da insurgência, mas também da maneira como gerimos os recursos, com consciência plena e completa de que esses recursos são para servir todos e cada um dos moçambicanos”, sugeriu.