Cidade da Praia, 10 Nov. (Inforpress) – A Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) outorgou um ultimato de cinco dias, a partir de sexta-feira, 06, para que o Grupo Hoteleiro Meliã no Sal reponha o pagamento da totalidade dos 35 por cento aos trabalhadores abrangidos pelo “lay-off”.
Esta posição foi revelada segunda-feira em conferência de imprensa pelo inspector-geral do Trabalho, Anildo Fortes, que acusou a secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde, Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida, de pautar-se por “inverdades” acerca da actuação da IGT, sem que se inteirasse dos procedimentos que estão sendo feitos.
Fortes aconselhou os sindicatos a enveredarem-se por “um papel pedagógico no sentido de informar e instruir os trabalhadores, para em caso da violação dos seus direitos laborais” inteirar-se dos procedimentos a seguir, sobretudo neste “momento difícil em que o mundo e o país está a atravessar…com consequência no sector económico e laboral”.
Para o efeito, instou das instituições e das pessoas que representam os sindicatos “responsabilidade, seriedade e muita ponderação”, tendo apelado à união de esforços na procura de soluções”, visando “ultrapassar esta crise, com o intuito de voltar à normalidade a todos os níveis”.
“A IGT está atenta a qualquer situação que possa pôr em causa os direitos laborais e apela os trabalhadores a usarem os canais disponíveis para denunciarem qualquer violação dos seus direitos, utilizando a linha grátis 800 27 27 ou presencialmente os serviços da IGT nas ilhas do Sal, São Vicente e Santiago”, afiançou Anildo Fortes.
Em resposta à UNTC-CS, que acusou o IGT de “inércia e passividade” para com o direito destes trabalhadores, Anildo Fortes disse que a instituição que dirige tem apoiado os trabalhadores a todos os níveis, sublinhando que os trabalhadores foram ouvidos pelo que a empresa tem cinco dias para provar que sanou a irregularidade cometida.
Às críticas da UNTC-CS, disse que a IGT afigura-se como uma instituição credível, e exortou a secretária-geral desta organização sindical a informar-se das diligências, afiançando mesmo que já está habituado “a essas declarações bombásticas” desta líder sindical “sem se estar por dentro dos factos”.
Na sexta-feira, 06, a secretária geral da UNTC-CS denunciara a “passividade e inércia” das autoridades do trabalho do Sal, da Inspecção Geral do Trabalho e poder judicial com o argumento de que aquela unidade hoteleira “viola frontalmente a lei cabo-verdiana e adopta medidas ilegais ao atribuir 11.000 escudos aos trabalhadores”.