Porto Inglês, 15 Set (Inforpress) – Os agricultores maienses dizem-se “contentes”com as últimas chuvas caídas na ilha neste fim-de-semana, que encheu todos os diques de retenção da água, mas pedem apoio do Governo para iniciarem a nova safra.
Os homens do campo afirmam que há muitos anos que não viam os diques de retenção com tanta água das chuvas, o que conforme alegam vai contribuir para o fortalecimento dos lençóis freáticos e, consequentemente, aumentar o caudal da água nos poços.
O agricultor Ricardino Andrade manifestou “contentamento” por ver os diques, principalmente os do perímetro agrícola de Monte Vermelho, local onde trabalha, completamente cheios de água, algo que só tinha no ano de 2011, altura em que a ilha registou uma chuva de grande intensidade.
Segundo Ricardino Andrade, o sentimento no momento é de “grande alegria” porque há muito que estavam a aguardar por esta “bênção”, lembrando que graças a água do furo disponibilizado pela Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente é que ele e mais colegas puderam continuar a exercer esta profissão nestes últimos cinco anos.
Todavia, aquele agricultor aproveitou a ocasião para exortar as autoridades para darem mais atenção ao sector da agricultura, que tem passado nestes últimos anos por “imensas dificuldades”, salientando que se torna necessária a criação de uma linha de crédito, para que os agricultores possam aceder e, assim, iniciar a nova safra com “mais tranquilidade”.
“Ter água e não ter como trabalhar por falta de meios financeiros é muito triste, por isso apelo às entidades local e central para que tenham mais sensibilidade para connosco abrindo uma linda de crédito, mas sem burocracia”, enfatizou lembrando que os agricultores do perímetro agrícola de Monte Vermelho praticamente “não tem recebido apoio de nenhuma instituição”, nem em termos financeiros, quanto mais em materiais.
Por seu lado, Jorge Garcia defende a mesma posição referindo que os agricultores agora respiram de alívio, tendo em conta que há vários anos que os poços já se encontravam vazios, devido a falta de chuva, pelo que agora o sentimento é de “muita alegria e esperança num bom ano”, embora admitir que estão a espera de mais chuvas para mais garantia de que não vão ter problemas de falta de água nos poços tão cedo.
Jorge Garcia salientou também que neste últimos anos a produção não foi tão expressivo para puderem fazer alguma poupança, pelo que defende ser necessário a abertura de uma linha de crédito para os agricultores puderem ter um capital para adquirirem os materiais necessários para o arranque dos trabalhos, bem como para pagar os trabalhadores.
Ineuse Ribeiro, agricultor da localidade de Figueira, por seu lado, mostrou-se satisfeito com as últimas chuvas, mas manifestou a sua preocupação com a situação em que se encontram alguns diques de retenção de água, devido a problema de assoreamento, o que na sua opinião não tem permitido a retenção da água como seria devido.
“É triste passarmos três anos sem água para rega e chega uma chuva e uma boa quantidade de água vai para o mar, porque os dique precisam ser desassoreados”, notou, enfatizando que é preciso também a criação de uma linha de crédito, porque muitos agricultores não estavam a produzir nestes tempos e precisam de algum meio para iniciar a produção.