Cidade da Praia, 29 Dez (Inforpress) – Um grupo de moradores do condomínio Finasson situado em Terra Branca concentrou-se hoje em frente a IFH para manifestar “indignação” com a transferência provisória de doentes do hospital da Trindade para o edifício onde residem.
“Foi uma surpresa para todos os moradores que residem no condomínio Finasson, porque não sabíamos de nada e nem recebemos nenhuma informação por parte da Imobiliária, Fundiária e Habitat, S.A. (IFH) e do Rotary Club proprietário do espaço, sito no rés do chão do prédio”, referiu Domingos Assunção, presidente da comissão de moradores do condomínio Finasson.
Adiantou que receberam a notícia através de vizinhos, amigos e de alguns funcionários do hospital da Trindade residentes também no condomínio, segundo os quais existe um acordo entre o Ministério da Saúde e Segurança Social e o Rotary Club no sentido de o espaço funcionar como um hospital para doentes mentais.
Domingos Assunção considerou que a atitude do Rotary Club e do próprio ministério é “uma falta de respeito” para com os moradores, que, segundo o mesmo, “não são contra esses pacientes, mas reconhecem que este “não é o espaço adequado e apropriado” para os acolher.
Segundo informações, o Hospital da Trindade vai ser alvo de obras nos próximos dois anos, período esse que, no seu ponto de vista, poderá estender-se por muito mais tempo, já que em Cabo Verde, continuou, “nunca chegam a cumprir com o tempo estipulado para obras”.
Por seu turno, David de Pina, presidente do conselho fiscal da associação dos moradores, disse que foram surpreendidos com a notícia que este espaço vai ser utilizado para outros fins sem ser aquele que estava previsto no âmbito do contrato de compra e venda assinado com a IFH.
“Achamos que é uma falta de respeito porque a IFH não nos informou sobre o assunto. Ficamos a saber na segunda-feira, 28, e de imediato entramos em contacto com a directora comercial que se mostrou também surpresa com essa decisão”, referiu David de Pina, que disse estranhar o facto de a IHF não ter conhecimento do assunto.
O protesto, segundo o morador, é para mostrar o descontentamento dos moradores que “nem se quer foram ouvidos e informados” e que vão fazer “de tudo e recorrer a justiça”, caso for necessário.
“É inadmissível num lugar onde os nossos filhos e moradores brincam e convivem passarem a conviver com pessoas portadores de deficiência mentais que não respondem pelo seus actos”, protestou David de Pina, que considerou que a decisão deve ser suspensa para evitar “futuras situações complexas”.
Revelou que o Ministério da Saúde convocou para hoje um encontro entre os moradores, responsáveis do Hospital da Trindade, IFH e Rotary Club.
“Se a decisão for adiante, vou pedir a recessão do meu dinheiro de compra do imóvel, o montante investido em obras sendo que até ao momento temos muitos problemas pendentes que ainda não foram resolvidos”, sublinhou.
AV/AA
Inforpress