Cidade da Praia, 01 Fev. (Inforpress) – O Partido Popular (PP) apelou à intervenção da comunidade internacional no sentido de pressionar as autoridades cabo-verdianas para que a democracia cabo-verdiana dê o passo seguinte, que passa pela melhoria do funcionamento do Estado e da Justiça.
Este apelo foi manifestado este domingo à Inforpress pelo presidente do PP, Amândio Barbosa Vicente, enquanto fazia o balanço da reunião quinzenal do partido, em que um dos pontos da agenda foi o caso do advogado Amadeu Oliveira, figura que tem enfrentado processos criminais depois de fazer várias denúncias públicas contra juízes e tribunais cabo-verdianos.
“Não há democracia sem uma justiça forte. Aliás, um daqueles elementos centrais de uma democracia é a separação dos poderes, onde a Justiça é alavanca e um dos tripés da democracia. Se a Justiça não funciona, não for independente, a democracia ainda terá algum desafio para enfrentar”, afirmou.
Para Amândio Barbosa Vicente, o caso do advogado Amadeu Oliveira é “sintomático” para a democracia cabo-verdiana, porque denuncia corrupção dentro da Justiça, que no seu ponto de vista, “deve ser limpa” e “não pode estar envolvida com coisas que mexe com a ética e deontologia profissional”, uma vez que mexe com a vida dos cidadãos.
“A Justiça tem sido rápida para uns e lenta para outros. O caso do Amadeu Oliveira é exemplo disso. A Justiça tem sido implacável, rápida e eficaz para com ele, mas há vários processos nas gavetas dos tribunais que vão para a prescrição”, acrescentou.
O líder do PP disse ainda que o seu partido chama a atenção da comunidade internacional, citando os embaixadores dos Estados Unidos, da França e da União Europeia, “para pressionarem as autoridades cabo-verdianas para que a democracia cabo-verdiana dê o passo seguinte, que é a melhoria do funcionamento do Estado e da Justiça”.
“Quando Cabo Verde aparece em lá em cima em relatórios internacionais como uma das melhores democracias em África e um dos melhores estados de direito, para nós estas classificações têm alguma coisa que não está certo porque sentimos na pele. Um país onde a justiça não funciona a sua democracia não pode aparecer lá em cima em relatórios internacionais de direitos humanos e democracia”, finalizou