Porto Novo, 28 Dez (Inforpress) – Os produtores do grogue em Chã de Branquinho, no interior do município do Porto Novo, têm tudo pronto para iniciar, em Janeiro, a safra de cana de açúcar nessa localidade, conforme o porta voz dos agricultores, Octávio Inocêncio.
Em Chã de Branquinho, considerado um dos principais vales agrícolas do Porto Novo, os agricultores, devido à praga dos mil pés, têm estado, nos últimos anos, a apostar, cada vez mais, na produção da cana sacarina, segundo este agricultor, que garante que está tudo a postos para safra de 2021, que se inicia dentro de dias.
Nos outros vales do Porto Novo, município onde existem 30 unidades de produção, os agricultores estão a finalizar os preparativos para a próxima safra de cana sacarina, que decorrerá entre os meses de Janeiro e Junho.
No Tarrafal de Monte Trigo, zona também muito conhecida pela “qualidade” do grogue que produz, o produtor Simão Évora assegura que se ultimam os preparativos para a safra 2021, que espera que decorrerá sem dificuldades, apesar das implicações decorrentes da covid-19.
A instalação de uma delegação da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) em Santo Antão tem sido uma preocupação levantada, constantemente, pelos produtores do grogue do Porto Novo, embora reconheçam “melhorias” em termos de fiscalização desta actividade industrial, neste concelho.
Os próprios municípios admitem que a IGAE tem estado a reforçar a sua presença em Santo Antão, mas consideram que esta ilha, com 173 alambiques, 99 dos quais existentes na Ribeira Grande, já precisa de uma delegação desta instituição, com vista à “uma presença mais efectiva” desta autoridade.
Dados do IGAE apontam para a existência em Cabo Verde de 389 unidades de produção da aguardente, 173 das quais situadas em Santo Antão, ilha com uma área de 1.034 hectares coberta por cana de açúcar e cuja produção anda à volta dos dois milhões de litros por ano.
A nível nacional, a produção estima-se em 4,5 milhões de aguardente.