Porto Novo, 18 Nov (Inforpress) – O representante dos criadores de gado na zona Sul do Porto Novo, Irineu da Luz, lançou, hoje, um apelo ao Governo para a necessidade de “socorrer” os 30 criadores locais, a braços com o problema de água e ração.
Irineu da Luz informou que os criadores locais passam por “enormes dificuldades” para salvar os seus animais, razão pela qual “o Governo devia apoiar agora as famílias”, que vivem, “exclusivamente”, da pecuária, “antes que seja tarde” ou seja, antes que percam o seu efectivo.
“Se o Governo tem algum apoio para os criadores da zona Sul do Porto Novo, que seja atribuído agora, antes que seja tarde, por que as dificuldades são enormes”, notou este responsável, salientando que a falta de água e de ração são as maiores preocupações da classe, nesta altura.
Também, na zona Norte deste concelho, os criadores, já por várias vezes, alertaram para as dificuldades com que se deparam para salvar os animais, dada a situação de “seca severa” que fustiga as zonas altas do município do Porto Novo.
Os criadores António Lima, Guilherme Cruz e Domingos Delgado disseram à Inforpress que a seca que atinge, de uma forma rigorosa, o Planalto Norte está a ter “reflexos muito negativos” na produção da pecuária, actividade da qual depende o sustento das famílias.
Adiantam ainda que “já não há pasto para os animais” e que os criadores têm “dificuldades para comprar ração”, porque não têm rendimentos.
A Associação dos Criadores de Gado do Porto Novo confirma que “há muitos criadores” que estão a passar por “muitas dificuldades”, embora, este ano, a situação esteja “melhor do que em 2018”, segundo o líder associativo Romeu Rodrigues.
Porto Novo, um dos municípios mais afectados pela seca em Cabo Verde, faz parte “das prioridades” do Governo no quadro do plano de mitigação da seca para 2019/2020, segundo ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.
Este governante já anunciou para “ainda este ano”, o arranque, no Porto Novo, das acções previstas no quadro do plano nacional de mitigação dos efeitos da seca e do mau ano agrícola, já aprovado pelo Governo em cerca de um milhão de contos.
O presidente da câmara do Porto Novo, Aníbal Fonseca, de visita, semana passada, às zonas altas deste município, assolado por três anos de seca consecutivos, confirmou a abertura, “brevemente”, do emprego público “para garantir rendimentos” às famílias.
Para “atenuar” os efeitos de mais um ano de seca no Porto Novo, a enfrentar “um momento muito complexo”, o Governo deverá disponibilizar o mesmo montante atribuído a este município em 2018/2019 (36 mil contos).