Mindelo, 06 Jul (Inforpress) – A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz, defendeu hoje, no Mindelo, que o alcoolismo requer uma “abordagem concertada e multidisciplinar” nas diversas variantes da sociedade, inclusive da política.
A responsável falava na abertura do workshop (webinar) de segurança pública realizado hoje, na Delegacia de Saúde de São Vicente.
Maria da Luz lamentou o facto de o consumo do álcool ser uma das práticas mais enraizadas em Cabo Verde e que “tem sido uma das preocupações do Ministério da Saúde e do Governo em geral, devido, sobretudo, à uma elevada prevalência de doenças relacionadas, como doenças crónicas não transmissíveis e transmissíveis”.
Também, asseverou, é “uma das principais causas da mortalidade e desestabilidade familiar e ainda factor agravante e desencadeante de acidentes de viação, violência doméstica, criminalidade e incapacidades várias”.
Recorrendo à estatística, Maria da Luz considerou ser o álcool a droga “mais consumida em Cabo Verde” chegando à uma prevalência de 50-60 por cento (%).
“Esses problemas requerem respostas adequadas e concertadas de instituições públicas e privadas e das organizações da sociedade civil”, defendeu a mesma fonte, congratulando-se por estarem presentes na sala alguns deputados nacionais do Movimento para Democracia (MpD), o que acredita ser “muito importante”.
Isto porque, sublinhou, o alcoolismo é um “fenómeno global e multi-sectorial”, que deve ter uma abordagem multi-disciplinar na política e nos vários sectores da sociedade.
“Isso deve abranger os vários aspectos que estão relacionados com o consumo e uso abusivo do álcool, desde a produção, distribuição, consumo, publicidade e legislação”, considerou.
A delegada substituta, Eliane Soares, afiançou, por seu lado, que a webinar mostra-se como forma de repensar acções e capacitar os intervenientes no processo, não só na saúde, mas na sociedade inteira, para esta “luta que é de todos”.
O workshop, que é o terceiro realizado, faz parte de um conjunto de iniciativas programadas pelo INSP para 2022, que foi considerado como o Ano da Segurança Sanitária.