Mindelo, 17Nov (Inforpress) – O primeiro-ministro disse esta quarta-feira, no Mindelo, que há um compromisso com a Autoridade da Zona Económica Especial Marítima de disponibilizar um terreno na Zona Industrial do Lazareto para construir as instalações da Feira Industrial de Cabo Verde (FIC).
Ulisses Correia e Silva deu esta garantia ao presidir à abertura da FIC que, 25 anos depois da sua criação, volta a ser realizada nas instalações da Enapor em São Vicente, sob o lema “25 anos criando oportunidades de negócios”.
“Ainda há bocadinho estive a conversar com o vice-primeiro-ministro, que é ministro das Finanças, para podermos estar sintonizados com os recursos porque é importante, vamos apoiar e vamos tornar realidade aquilo que é, de facto, uma necessidade de termos instalações próprias, com boas condições permanentes para a FIC”, informou o chefe do Governo, que se escusou a estabelecer prazos para não haver “pressão”.
“Há compromissos porque precisamos do projecto com montagem financeira e, logo a seguir, podem estar garantidos de que o financiamento será assegurado com a comparticipação do Governo, da própria FIC e de outros parceiros”, acrescentou.
Também no seu discurso de abertura, o primeiro-ministro anunciou um leque de medidas, políticas e reformas previstas no Orçamento do Estado de 2023, no quadro do Programa de Retoma, com vista ao aumento da capacidade de financiamento das empresas, ao fomento do empreendedorismo jovem e à criação de oportunidades de investimentos.
Entres as medidas, destacou o Fundo de Impacto no montante de 10 milhões de euros para “apoiar a recuperação de pequenas e médias empresas afectadas” pela crise da pandemia da covid- 19, previsto para arrancar em Janeiro, próximo, uma linha de crédito no montante de nove milhões de contos para o “reforço de tesouraria e crédito ao investimento em condições favoráveis”, créditos para start-ups, agronegócios, pesca semi-industrial e microfinanças.
Anunciou também que o Fundo Soberano de Garantia do Investimento Privado estará instalado em Janeiro para facilitar o acesso aos mercados de capitais internacionais e que o Programa Operacional do Turismo vai investir nos próximos 4 anos, 200 milhões de euros para melhorar a qualidade da oferta turística em todas as ilhas.
A nível de São Vicente anunciou que o Governo vai reforçar a aposta na indústria com aposta em investimentos para melhorar a infraestruturação da Zona Industrial do Lazareto (ZIL), a alteração do quadro legislativo que compõe a ZIL e do Parque Industrial para melhorar a atractividade e agilizar os procedimentos de licenciamento de actividades.
Ulisses Correia e Silva assegurou, igualmente, que brevemente irá realizar uma reunião do Conselho de Concertação Social para aprovar o acordo estratégico, de médio prazo, que é” importantíssimo para os sindicatos, o patronato, o estado assumirem compromissos de relativamente à estabilidade económica, à estabilidade social e às reformas e garantirem previsibilidade para que todos possamos ter um quadro de orientação muito claro”.
Por sua vez a presidente do conselho de administração da FIC, Angélica Fortes, lembrou que “a história da FIC é de luta contra tendência e falta de meios, à cabeça da qual está a permanente realização do certame em instalações impróprias”.
Pediu “maior brevidade possível” nos investimentos necessários para o “desenvolvimento da FIC” e para “aumentar os seus benefícios sociais e económicos”. Como exemplo citou a requalificação das instalações da FIC, na cidade da Praia, para “aumentar o fluxo de expositores” e a “construção de instalações próprias do Mindelo”, lembrando que um “importante investimento tirou à FIC o seu espaço e onde já tinha feito alguns investimentos”.
Angélica Fortes aproveitou ainda para pedir ao primeiro-ministro para entregar um galardão a Amiro Faria, que foi presidente da FIC por longos anos, pelo trabalho e consolidação da feira com ideias e inovações.
Também discursaram o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, e os presidentes das câmaras de Comércio do Barlavento e do Sotavento, Jorge Maurício e Marcos Rodrigues, respectivamente, que destacaram a importância da FIC na atraccão de investimentos externos, na construção de oportunidades de negócios, na promoção empresarial, na introdução de novos produtos no mercado e na geração de empregos.
A 25ª edição da FIC, decorre até sábado, com a presença de empresas de quase todos os ramos da economia, provenientes de países como Cabo Verde, Portugal, Brasil, Estados Unidos, Áustria, Espanha, e país da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), distribuídos pelos 200 standes.
Além da mostra de empresas, a FIC acolhe actividades paralelas, organizadas pela Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), entre as quais um fórum que reúne os presidentes e responsáveis das empresas com a finalidade de debaterem as problemáticas do mercado.