Cidade da Praia, 16 Out (Inforpress) – A secretária executiva do Serviço Nacional da Segurança Alimentar e Nutricional (SNSAN) destacou as medidas adoptadas visando reduzir a insegurança alimentar no País, afiançando a necessidade de se apostar na agricultura familiar para a melhoria do sector.
Rosa Semedo fez estas declarações em entrevista á Inforpress, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação que se celebra hoje, referindo que a situação mundial em termos alimentar é um pouco preocupante e que os dados divulgados recentemente sobre a situação alimentar no mundo mostram que não será possível atingir o cumprimento do objectivo mundial que é a erradicação da fome.
A segurança alimentar e nutricional, realçou, é uma matéria transversal que carece de investimentos, salientando que com o engajamento de todos, no combate a insegurança alimentar, será possível Cabo Verde vencer e alcançar os objectivos de uma melhor nutrição e alimentação saudável.
“A nossa agricultura é essencialmente familiar, os pequenos agricultores são responsáveis pela produção dos alimentos. É muito importante fortalecermos a agricultura familiar e a política do sector agrário passa pelo investimento na agricultura e temos de apostar na agricultura comunitária, na disponibilização de alimentos locais para as famílias e na horta familiar para reduzir o custo da alimentação”, sugeriu.
Destacou que Cabo Verde tem conseguido progressivos ganhos em matéria de segurança alimentar e nutricional, ganhos esses que, adiantou tem reflectido na diminuição do atraso de crescimento, redução da prevalência da anemia, desnutrição aguda e cronica, abastecimento do mercado nacional, entre outros.
“De acordo com as últimas informações, 36 por cento das famílias cabo-verdianas estão em situação de insegurança alimentar. Esse resultado foi feito no âmbito do impacto da pandemia na segurança alimentar e nutricional. Temos conseguido reduzir a insegurança alimentar a nível das famílias, mas em 2020 registamos um ligeiro aumento, também é o que tem acontecido ao nível mundial”, frisou.
Esta responsável lembrou que Cabo Verde depende essencialmente da importação de alimentos para abastecer o mercado nacional, daí, defendeu, a necessidade de se apostar no fortalecimento da agricultura familiar na garantia da segurança alimentar e nutricional no País.
“Não temos o controlo do aumento dos preços dos alimentos no mercado internacional e o Governo para mitigar este efeito e a pandemia, adoptou a medida da compensação financeira, de forma a manter o preço dos produtos alimentares de primeira necessidade mais estável no mercado”, disse.
Rosa Semedo afirmou, por outro lado, que apesar dos desafios, advenientes das mudanças climáticas, o País está no bom caminho tendo, no entanto, apontado a necessidade de se consciencializar a população sobre a poluição e a utilização racional de recursos.
O Dia Mundial da Alimentação celebra-se anualmente a 16 de Outubro e marca o dia da fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em 1945
A efeméride foi criada com o intuito de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro actual da alimentação mundial.
O lema deste ano, “As nossas Ações são o nosso Futuro. Melhor Produção, Melhor Nutrição, Melhor Ambiente e Melhor Qualidade de Vida”.
CM/JMV