Cidade da Praia, 24 Fev (Inforpress) – O deputado António Monteiro afirmou hoje que o Estado tem feito “muito pouco” para promover o desenvolvimento do País e que deveria preocupar-se com a felicidade dos cabo-verdianos e não com a quantidade de riqueza que possui.
O também líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) fez esta afirmação quando intervinha no debate parlamentar com o primeiro-ministro, que decorre de hoje até sexta-feira, na Cidade da Praia.
O tema “Cabo Verde e o papel do Estado no desenvolvimento”, que foi proposto pela bancada parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), é, para António Monteiro, “muito importante” e deveria merecer “uma atenção especial” por parte dos sujeitos políticos cabo-verdianos.
Entretanto, realçou que o PAICV e o MpD ao proferirem os seus discursos esqueceram-se do tema do debate desta segunda sessão plenária de Fevereiro e centraram os seus discursos na campanha eleitoral.
Destacou, por outro lado, o “importante papel” que o Estado desempenha no desenvolvimento de Cabo Verde, frisando, a este propósito, que o mesmo deveria ser capaz de estabelecer as regras para que o sector privado pudesse “efectivamente” contribuir no desenvolvimento da economia nacional.
“Deveremos ter um Estado o suficiente para que as regras do jogo sejam devidamente estabelecidas, para que os privados possam ter campo e pano na manga para poderem fazer a nossa economia funcionar, a criação de mais riqueza no país e podemos ter a capacidade de ter cabo-verdianos mais felizes com a governação do País”, afirmou.
Aconselhou o Estado a preocupar-se com a felicidade interna dos cabo-verdianos e não com o Produto Interno Bruto (PIB), lembrando que “o mais importante” é a felicidade, melhoria de condições de vida e bem-estar dos cabo-verdianos.
“O que assistimos em Cabo Verde é que o Estado tem feito pouco e precisamos de um Estado mais forte, capaz de dar maior capacidade aos cidadãos para assim termos o cidadão acima do Estado porque aquilo que temos assistido, apesar daquilo que diz o MpD, o estado está a pisar no cidadão, o que não é de todo aceitável”, frisou.