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Autárquicas/Fogo: Polícia Nacional foi accionada por seis vezes nas situações de “alegada compra de votos” – Comandante

São Filipe, 23 Out (Inforpress) – A Polícia Nacional foi accionada por seis vezes durante a campanha por suspeição de compra de votos, das quais quatro actuações foram realizadas pelo delegado da Comissão Nacional das Eleições (CNE) acompanhado de agentes da polícia.
A informação foi avançada pelo Comandante Regional da Policia Nacional (PN) Roberto Fernandes, salientando que em todas as ocasiões foram registados os autos de noticia e de participações.
Nos casos que encontraram suspeições, realça o Comandante, foram encaminhados à delegação da CNE para posterior encaminhamento ao Ministério Publico para o desenrolar do processo.
Entretanto, no que concerne às suspeições, Roberto Fernandes que em 2016 acompanhou as eleições presidenciais e autárquicas, disse à Inforpress que nessa ocasião não se registou nenhum caso de suspeição de compra de votos, contrariamente nestas eleições de 2020 que contam com o registo de seis casos denunciados.
Sobre a situação em Chã das Caldeiras em que foi colocado a circular na internet um vídeo com actuação de agentes da Policia Nacional, o Comandante avançou que não viu o vídeo, mas que nesta localidade a instituição policial registou duas ocorrências.
Uma primeira ocorrência refere-se ao apedrejamento de duas viaturas de uma das candidaturas, situação que segundo o mesmo, aconteceu depois de todas as actividades de campanha programada para aquele dia, mas que posteriormente as viaturas deslocaram-se a Chã das Caldeiras com o objectivo de preparar actividades do dia seguinte sem informar a polícia da sua deslocação e foram apedrejadas.
Do apedrejamento resultaram danos materiais nas viaturas e há dois feridos ligeiros, sendo que o processo foi encaminhado ao Ministério Publico (MP) para o seu desenvolvimento.
A outra situação foi a de um jovem que estava a consumir bebidas alcoólicas na via pública, o que a nova lei de álcool não permite, e houve actuação da PN que provocou descontentamento por parte de familiares e amigos do jovem, que se insurgiram contra a policia, mas a situação foi resolvida de imediato, garantiu o Comandante.
As dificuldades são maiores e não estão relacionadas somente com suspeição de compra de votos e distribuição de materiais de construção civil e de outros donativos.
Segundo explicou, a situação complica-se mais porque estão a decorrer em simultâneo duas campanhas, a eleitoral e a de luta contra covid-19 pelo que, às vezes, as actividades não são compatíveis entre proteger a saúde e ao mesmo fazer a campanha.
Conforme observou, estava previsto que algumas actividades tradicionais da campanha como comícios e outras, não seriam realizadas, inclusive os partidos políticos assumiram o código de conduta, mas infelizmente realizaram comícios e outras actividades.
Explicou ainda que, como a PN não tem base legal para impedir a sua realização teve que agir na prevenção de forma a manter as pessoas afastadas uma das outras, o uso obrigatório de mascaras faciais.
A essas regras, indicou a PN acresceu ainda intervenção diária nas sedes de campanha e dialogando com os promotores das actividades, o que ajudou a facilitar o trabalho da policia.
O Comandante explicou ainda, que no início ocorreram cortejos de viaturas com excesso de passageiros e pessoas fora dos assentos, tendo a PN aplicado várias coimas a viaturas de todas as candidaturas que realizaram esta actividade, inclusive fez apreensão de algumas viaturas que estavam em situação ilegal no âmbito rodoviário.
Para as eleições autárquicas de 25 de Outubro, no município de São Filipe, está inscrito nos cadernos eleitorais um total de 15.531 eleitores distribuídos por 71 mesas de assembleias de votos (mais 1.224 eleitores que em 2016, distribuídos por 52 mesas de assembleias de voto), dos quais 8.970 votaram.
Participam na corrida a nível nacional um total de 65 candidatos, sendo 22 do MpD, 22 do PAICV, sete da UCID, dois do PP (um no município da Praia e um para Assembleia Municipal na Boa Vista), e mais 12 candidatos independentes que disputam as câmaras municipais da Ribeira Grande (um), de Santa Catarina (um), São Domingos (um), Tarrafal de São Nicolau (um), Sal (um) Tarrafal de Santiago (dois), Praia (quatro), São Vicente (um).