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Ministro das Comunidades preocupado com “bolsa de pobreza” no seio da comunidade em Portugal

Cidade da Praia, 22 Set (Inforpress) – O Ministro das Comunidades, Jorge Santos, declarou-se hoje preocupado com a “bolsa de pobreza” que ainda afecta a comunidade cabo-verdiana residente na Europa, sobretudo nos bairros periféricos da região metropolitana de Lisboa, em Portugal.
O governante falava durante uma conferência de imprensa convocada para fazer o balanço do périplo que realizou de 09 a 17 de Setembro a quatro países da Europa designadamente Luxemburgo, Holanda, Bélgica e Portugal.
Jorge Santos afirmou que, globalmente, a comunidade Cabo-verdiana residente na Europa está “bem integrada”, mas sublinhou que ainda subsistem alguns casos de insucesso escolar e algumas bolsas de pobreza em alguns países.
“Dizer que as nossas comunidades estão bem integradas a nível da Europa nesses diferentes países. Eu posso até dizer que temos uma diáspora de sucesso em Benelux…, entretanto, subsistem ainda algumas dificuldades, principalmente na integração educativa das nossas diásporas, sobretudo, a diáspora mais recente”, disse.
E essa deficiente integração educativa, conforme indicou, pressupõe uma taxa de insucesso e abandono escolar que ainda é preocupante.
Entretanto, adiantou que as autoridades locais, seja no Luxemburgo, na Holanda ou na Bélgica têm definido políticas para atenuar este, que na sua perspectiva, representa um dos pontos fracos da integração da comunidade cabo-verdiana na região de Benelux.
Outra situação que está a preocupar o Governo tem a ver com a bolsa de pobreza encontrada nos bairros periféricos da região metropolitana de Lisboa. Uma situação que, segundo o ministro, carece de solidariedade nacional.
“E nós o Ministério das Comunidades, o Governo de Cabo Verde através Ministério da Inclusão Social temos um trabalho a desenvolver em concertação e alinhamento com as autoridades portuguesas, não só em Almada, mas também em Loures, Amadora da Moita, Vale da Amoreira e outras zonas”, apontou
“São regiões onde, de facto, precisamos fazer um trabalho de inclusão social principalmente das nossas comunidades, das nossas crianças, jovens e da juventude em geral”, acrescentou.
Jorge Santos adiantou que a visita foi aproveitada para um intenso contacto com a comunidade cabo-verdiana, privilegiando o diálogo com as associações, mas também com empresários, artistas e desportistas e com as autoridades desses países que cooperam com Cabo Verde.
Igualmente foi oportunidade para apresentar aquilo que o país tem feito para garantir a segurança sanitária e atrair turistas.
Jorge Santos disse ter ouvido algumas preocupações por parte dos emigrantes, nomeadamente os problemas relacionados com o processo desenfaldegamento das encomendas e sobre os transportes e os preços das passagens para viagens para Cabo Verde.
Instado a pronunciar-se sobre a acusação do PAICV de que o ministro das Comunidades está a usar de recursos públicos para fazer viagens para campanha a favor o candidato presidencial Carlos Veiga, Jorge Santos respondeu que nenhum ministério pára por causa das campanhas.
“A missão do ministério das comunidades é trabalhar com a comunidade cabo-verdiana”, salientou.