Sal Rei, 31 Mar (Inforpress) – As bancadas dos três partidos na Assembleia Municipal (AM) da Boa Vista apresentaram, quarta-feira, opiniões diferentes sobre o relatório de actividades e conta de gerência da câmara municipal referente ao ano de 2021.
Os pontos de vista foram expostos durante o período antes da ordem do dia, na primeira sessão ordinária de 2022, em que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o Movimento para a Democracia (MpD) e o Partido Popular (PP) apreciaram os referidos documentos.
Segundo Gilda Marques, do PAICV, no entender da bancada, que está ciente da situação real da ilha, as condições não permitiram ver realizado o que a equipa camarária e os munícipes desejavam, mas que, diante da crise pandémica e económica, se conseguiu fazer ajustes e alinhamentos.
“Poderia ter feito mais sim, mas as condições não permitiram”, admitiu, alegando que a equipa camarária conseguiu com parcos recursos que dispunha realizar actividades possíveis, sobretudo na área social que foi a mais solicitada, concretizando através de um jogo colmatar as necessidades da ilha.
Ou seja, segundo explicou Gilda Marques, a câmara “esteve bem”, mas é preciso ter em conta as crises que, no seu entender, muito contam para execução das actividades, e arrecadação de receitas, pelo que reiterou acreditar que a edilidade esteve numa posição favorável durante o ano 2021.
Já a líder da bancada municipal do MpD, Elisabete Évora, observou que os eleitos do seu partido não podem fazer uma avaliação positiva, justificando que as actividades apresentadas pela câmara foram workshops e reuniões.
“Não vimos obras de impacto para Boa Vista, e não apresentaram nada que realmente se possa dizer que neste ano se viu alguma coisa de concreto para a ilha”, disse, anotando aumentos de despesas da edilidade, principalmente em representação, comunicação e imagem.
Conforme aclarou a eleita, a bancada do MpD pensa que é preciso sim fazer investimentos, mas entendem que, tendo em conta o momento de crise que se vive há que se fazer prioridades principalmente relativas ao bem-estar da população, e por isso repetiu, que a avaliação “não é positiva”.
Por sua vez, o eleito municipal do Partido Popular (PP), José Ferreira, disse que previa um debate intenso e difícil, tendo em conta as dificuldades ligadas à pandemia e o actual contexto da guerra das quais estão cientes.
“Sabemos que as coisas não são fáceis, mas eu acho que o que se conseguiu apurar foi o que realmente era necessário fazer e o que se fez. Portanto, não se pode ter um contexto de relatório de contas diferente daquilo que se pode apurar”, pontuou.