Cidade da Praia, 02 Jan (Inforpress) – A Associação Cabo-verdiana de Deficientes (ACD) renovou hoje o compromisso de criar, em 2025, as melhores condições de acesso ao emprego digno para os deficientes e poderem investir em actividades que o mercado necessita.
O presidente da organização, Bernardino Gonçalves em entrevista exclusiva à Inforpress, avançou que o primeiro passo é capacitar e preparar esta camada da população a fim de exercerem as suas actividades de acordo com as suas condições pessoais e no final, serem bem remunerados.
A criação de acesso ao emprego, de acordo com o presidente, passa por consciencializar as entidades empregadoras e empresas no geral sobre a importância da inclusão e participação justa, fortalecendo assim a solidariedade global.
Segundo Bernardino Gonçalves, ao longo do ano de 2024, a associação enfrentou dificuldades significativas com um ambiente interno “hostil”, com falta de comunicação, frustração e, até, desânimo por parte dos colaboradores.
Este ambiente possibilitou o surgimento de tensões e resistências a mudanças, colocando assim desafios adicionais na gestão, intervenção social e desenvolvimento de projectos e ideias.
Bernardino Gonçalves enalteceu a colaboração da equipa, asseverando que é preciso encontrar formas de renovação e energias para “seguir juntos” um novo caminho.
“Reconhecemos que é possível reconstruir o nosso ambiente interno, fortalecer a nossa rede de apoio, renovar a motivação e, principalmente, restabelecer os laços de solidariedade e confiança entre os membros da nossa associação e também os colaboradores”, salientou, avançando que conseguiu cumprir as metas traçadas.
Conforme garantiu este responsável, a associação está comprometida em criar um espaço mais harmonioso, colaborativo e focado no bem-estar das pessoas, mantendo a confiança que as dificuldades são a base para um futuro mais próspero.
De entre os ganhos de 2024, elencou a activação do conselho de administração do Centro Nacional Ortopédico e de Reabilitação Funcional (Cenorf), criado em 2005, com foco no tratamento das pessoas com deficiência, especialmente os amputados.
O processo de renovação do alvará e a celebração condigna tanto dos 19 anos do Cenorf como dos 30 anos da ACD.
Bernardino Gonçalves disse ainda que já foram dados os passos para activar o comité científico do Cenorf, criou-se um horário para trabalhadores na condição de uso de cadeira de rodas, criou-se também o conselho geral da ACD, que é um espaço de aconselhamento estratégico formado pelos antigos sócios fundadores e contribuintes.
Apontou igualmente a regularização das contribuições junto do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) garantindo segurança social e benefícios contínuos para os colaboradores e a assembleia-geral da ACD marcada para o dia 21 de Fevereiro.
Durante o ano de 2024, recordou a participação da associação na Conferência Anual do Fórum Africano das Pessoas com Deficiência que ocorreu de 02 a 05 de Setembro em Nairobi, Quénia, a Feira de Artesanato e Design Urdi, que se realizou em São Vicente, e o Fórum Internacional do Desporto na ilha do Sal.
“Nós, enquanto associação, conseguimos cumprir regularmente todas as metas com os nossos colaboradores e respeito aos procedimentos que contribuem para o sucesso da nossa instituição”, disse.
A ACD é membro da Federação Oeste Africana das Associações de Pessoas com Deficiências (FOAPH), da Organização Mundial de Pessoas com Deficiências (OMPH), da Federação de Associações de Pessoas com Deficiência de Língua Portuguesa (FDLP) e da Plataforma das ONG de Cabo Verde.
