Bissau, 05 Nov 24 (ANG) – A Associação das Mulheres de Atividade Económica(AMAE) em parceria com a Organização Internacional de Trabalho(OIT) inicia Fórum de partilha e reflexão sobre as desigualdades de gênero na economia informal: desigualdade e desafios.
O evento decorre até ao próximo dia 07 e envolve 40 pessoas, na sua maioria mulheres.
Na cerimónia de abertura do 70º Fórum de partilha, a Ministra da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Fatumata Djau Baldé disse que é necessário e urgente reforçar o trabalho de empoderamento económico das mulheres para fortalecer a economia e beneficiar a sociedade.
Segundo a presidente em exercício da AMAE, Maria Chehad a taxa de participação da mulher na utilização e apropriação da terra diminui cada vez mais, em comparação a dos homens, devido à restrições impostas, tanto pelas responsabilidades reprodutivas que são próprias das mulheres, como pelas barreiras socio-culturais que enfrentam no mercado de trabalho.
Maria Chehad disse que o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e na utilização de espaços (terra) onde pode produzir os seus produtos agrícolas demostra a precariedade de acesso à terra, em comparação com os homens.
“O bem-estar próprio e de suas famílias dependem dos esforços da mulher que contribui bastante para garantir a segurança alimentar e nutricional, assim como a saúde e educação das crianças na comunidade,”frisou.
Aquela responsável disse que nos últimos anos tem-se assistido muitos abusos de poder sobre as mulheres que labutam na cultura da terra, como forma de sustentar a família e o seu bem-estar e de repente vêem todo o seu esforço ser reduzido a zero, porque o terreno onde exercem as suas atrvidades é da pertença do estado ou de alguém. “Há de acabar, de uma vez por todas, estas injustiças”, disse.
Preocupada com a situação das mulheres no campo, a AMAE recorreu a OIT para a realização de um estudo sobre as desigualdades de género na agricultura nas regiões de Bafatá, Gabu, cacheu, Tombali, Oio e Setor Autónomo de Bissau Guiné-Bissau e o trabalho digno na agricultura.
Maria Chehad diz que esse estudo contribuiu para uma melhor compreensão da situação das mulheres agricultoras.
O referido estudo, acrescenta, permitiu examinar o acesso aos bens e serviços, nomeadamente a terra e o crédito, assim como as normas discrirmirnatórias de género (sociais e jurídicas) que afetam a capacitação sócio-económica das mulheres e a sua situação no emprego agrícola, as desigualdades salariais em comparação com seus homólogos masculinos, as suas condições de trabalho, a violência que sofrem no trabalho, o equlíbrio entre a sua vida privada e profissional, a sua saúde e segurança no trabalho, que refletem sobre a situação laboral das mesmas.
Chehad disse esperar que esse estudo conduzisse à formulação de um programa, usando a transformação da situação das mulheres na agricultura guineense, para lutar contra a descrimînação e as desigualdades entre os sexos e melhorar a situação dos agricultores.
A AMAE fundada em em 1992, conta com 17 mil associadose mais de 90 por cento são mulheres.