Cidade da Praia, 03 Abr (Inforpress) – A primeira noite de ‘showcases’ do Atlantic Music Expo (AME) 2024 foi marcada por uma exibição de talento, em que artistas de Cabo Verde e Brasil deixaram o público encantado com a rica diversidade cultural apresentada.
A noite ficou igualmente marcada por anúncios de lançamentos de álbuns ainda este ano, como é o caso do grupo da ilha de São Vicente SIZAL, que vem apresentando uma nova abordagem e uma sonoridade à música cabo-verdiana.
Roberto Rock, em nome do grupo, expressou a emoção de estar a participar pela primeira vez no evento, descrevendo a sensação como « inexplicável ».
O espetáculo, segundo ele, superou todas as expectativas previamente estabelecidas, sublinhando que há muito que o grupo ansiava por esse momento.
“Quisemos trazer temas em que povo cabo-verdiano se identifiquem, falamos sobre a luta de Amílcar Cabral, falamos sobre racismo sobre resistência do nosso povo”, disse Roberto Rock.
O próximo passo, revelou, é o lançamento do álbum “Caminho de Prata” ainda este ano, em que o grupo retrata toda a força e a resistência do povo cabo-verdiano.
Da cidade da Praia, Sté também fez sua estreia marcante no AME, contribuindo no “resgate” da “rica cultura” de Cabo Verde com seu projecto « Feito na África ».
Através deste projecto, Sté busca misturar diversos ritmos africanos para criar uma música “global e inclusiva”, que transcende fronteiras e conecta pessoas de diferentes origens.
“Uma música moderna, mas que tem todos os traços da tradição de Cabo Verde como coladeira, batuku (…)”, vincou, frisando que este projecto visa levar uma mensagem de emancipação mental para o povo cabo-verdiano e para toda a população africana.
Do Brasil, Dendê, cantor, compositor, bandleader, professor e multi-instrumentista, trouxe sua energia ao palco do AME.
Durante a entrevista, destacou a “interação maravilhosa” entre ele e o público, bem como intercâmbio com artistas.
O brasileiro revelou que seria “um prazer” gravar com artistas cabo-verdianos.
Também do Brasil, Camila Reis presenteou o público com temas do seu EP « Canções de uma Mulher Preta », e não escondeu a sua « grande satisfação » por ter a oportunidade de mostrar “um pedaço” do Brasil na maior feira de música transatlântica.
Destacou o “papel fundamental” do intercâmbio entre artistas tendo citado a troca de experiência com o músico cabo-verdiano Manel de Candinho, que desde o início se mostrou disposto a apoiá-la.
Manu Reys, cantor e compositor, da cidade da Praia, por seu lado, trouxe ao AME uma homenagem pessoal (esposa e filho) e uma mensagem de aceitação das perdas.