Cidade da Praia, 01 Out (Inforpress) – A ministra da Saúde destacou hoje o sistema de saúde nacional e defendeu que Cabo Verde deve posicionar-se como um exemplo na região em termos de ocupação e de inovação da gestão das crises de saúde.
Durante a sua intervenção na cerimónia de abertura da reunião técnica do Programa de Segurança em Saúde para a África Ocidental e Central (HeSP), que decorre na Praia até quinta-feira, Filomena Gonçalves considerou que este programa oferece também uma oportunidade para o país fortalecer a sua resiliência sanitária.
Explicou que o projecto financiado pelo Banco Mundial e outros parceiros em 174 milhões de dólares tem por objectivo fortalecer os sistemas de saúde desta região focando em cinco componentes cruciais como a prevenção, a detecção, a resposta a emergências de saúde, a gestão do programa e a criação de mecanismos contingenciais que permita agir rapidamente em situações de emergência.
Segundo a ministra, a ideia é beneficiar directamente mais de 600 milhões de pessoas em África Ocidental e Central com especial atenção às populações mais vulneráveis e Cabo Verde, Guiné e Libéria são os países pioneiros na implementação da primeira fase e têm a responsabilidade de liderar este processo.
« Estamos particularmente focados no fortalecimento da vigilância epidemiológica e laboratorial, elementos fundamentais para detectar os próximos surtos e outras ameaças à saúde pública e, além disso, este projecto de segurança sanitária contribuirá para a modernização da nossa resposta a emergências, garantindo que possamos responder rapidamente e de forma eficaz quando formos confrontados com novos crises”, precisou.
Tendo em conta as fronteiras desafiadoras, a alta mobilidade populacional e as vulnerabilidades causadas pelas mudanças climáticas e conflitos, Filomena Gonçalves defendeu que é essencial que todos os países trabalhem juntos.
Na ocasião, lembrou que a pandemia da covid-19, crises anteriores como surto de ébola e o mais recente, a variante da Mpox, veio mostrar, de forma inequívoca, que a segurança sanitária transcende fronteiras e existe uma resposta coordenada entre os países e os diversos sectores.
Por seu turno, o director-geral da Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS), Melchier Athanase Aissi, partilha da mesma opinião de que a pandemia da covid-19 e outras ameaças sanitárias veio demonstrar a necessidade de continuar a reforçar os ganhos mais frágeis da região.
Explicou que o foco desta reunião é apresentar o programa de segurança alimentar para representantes dos países, discutir o programa de trabalho da Organização Mundial da Saúde e abordar as perspectivas regionais em relação à segurança alimentar.
“Nós estamos atentos a tentar ampliar essas perspectivas em relação à segurança alimentar, incluindo as intervenções agrárias e sanitárias”, sublinhou.
O encontro de três dias reúne representantes dos ministérios da saúde dos países participantes, das Unidades de Implementação de Projectos (PIU), delegações de países que se integrarão ao HeSP a partir de 2025, assim como técnicos da OOAS, OMSA, Banco Mundial e parceiros relevantes também participarão como observadores.
O HeSP desempenha também um papel essencial no combate aos altos índices de surtos de doenças e mortes relacionadas com a resistência antimicrobiana (RAM).
Foi lançado como uma plataforma de colaboração entre o Banco Mundial e países parceiros, incluindo Cabo Verde, Guiné e Libéria, com o apoio da OOAS e da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA).