Cidade da Praia, 25 Mai (Inforpress) – O ministro-adjunto do primeiro-ministro para a Juventude e Desporto, Carlos Monteiro, afirmou hoje que o executivo está a preparar para que “muito rapidamente” Cabo Verde tenha condições para o controlo e protecção dos cavalos.
Carlos Monteiro que presidia à formação para o controlo de dopagem em animais (cavalos) a realizar na Cidade da Praia vem na sequência do compromisso assumido pelo Governo de Cabo Verde em criar todas as condições humanas, técnicas e financeiras para que, brevemente, Cabo Verde possa realizar controlos de dopagem em animais de competição (cavalos).
Com isso, avançou o governante, vai ser criado um sistema de licença para a realização de corridas que será renovada temporariamente e que, quem não garantir as condições de protecção do animal, de realização de teste antidopagem, poderá perder essa licença, deixando assim de realizar a corrida no ano posterior.
“Pode parecer algo reactivo por ter acontecido a morte dos cavalos na ilha do Fogo, mas devemos ver isso também como um todo. Ainda há pouco tempo estava a ver um artigo da morte de 22 cavalos nos Estados Unidos só num único hipódromo para se perceber que o controlo antidopagem nas corridas de cavalos é um desafio mundial e não só de Cabo verde e diáspora”, precisou.
No entanto, esta formação, de acordo com o ministro, é mais um passo “fundamental” na luta contra a dopagem de animais em Cabo Verde, tendo destacado a importância de tratar do controlo antidopagem nos animais.
“Porque o País tem a tradição de realizar as corridas de cavalos e sabemos da importância que tem nomeadamente até para economia local das localidades onde se tem esta tradição, mas também para o bem-estar dos animais”, sintetizou Monteiro.
Segundo Carlos Monteiro, o principal desafio é conseguir controlar e proteger os animais, mas a seu ver há que também trabalhar na protecção do jóquei e, depois, na protecção da própria competição para que se possa ter uma competição “limpa, saudável”.
De acordo com o ministro, adoptar a Organização Nacional Antidopagem (ONAD-CV) de condições humanas, financeiras e logísticas para que possa realizar testes em cavalos vai ser um investimento “muito forte” por parte do Governo.
“E nós queremos estar na linha da frente aqui na nossa sub-região e contribuir dando o exemplo, criando um sistema que seja competitivo a nível da corrida de cavalos, mas sempre competição limpa e para isso pretendemos realizar o controlo antidopagem não só nas corridas, mas conseguir ter a capacidade humana, material e financeira de realizar controlos fora da competição que também é muito importante”, reforçou.
Por seu lado, o presidente da Organização Nacional Antidopagem (ONAD-CV), Emanuel Passos, avançou que esta formação surgiu da necessidade de dar resposta a um problema “real e urgente” aqui em Cabo Verde que é o controlo de dopagem durante as corridas de cavalos.
As recentes mortes dos cavalos na ilha do Fogo, prosseguiu, obrigaram a organização a antecipar um objectivo que tinha previsto para daqui a dois anos, o controlo de dopagem em animais, uma vez que não reuniam, na altura, as condições de respostas.
De acordo com Emanuel Passos, Cabo Verde passa a ter, a partir de agora, condições de fazer o controlo durante as corridas de cavalos, bem como fora da competição, tendo frisado que posteriormente a ONAD CV terá de realizar acções de sensibilização junto dos organizadores dos eventos e dos proprietários dos cavalos.
Cinco veterinários participam da acção formativa de dois dias, ministrada por uma especialista da Tunísia Rim HADIJI, abordando a parte teórica sobre a luta contra dopagem e a vertente prática.