Cidade da Praia, 01 Jul (Inforpress) – Cabo Verde classificou de “frutífera” a cooperação com o Japão e espera que seja alargada ao sector privado, no sentido de aproveitar “as reais oportunidades de negócio” existentes no sector marítimo e económico, com base nos oceanos.
A apreciação foi feita pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Miryan Vieira, na manhã desta quarta-feira, na Cidade da Praia, durante a cerimónia de assinatura do acordo por troca de notas que confirma a atribuição da ajuda alimentar japonesa a Cabo Verde referente ao ano fiscal de 2021 no montante de 208 milhões de escudos.
“Ter ao nosso lado um parceiro amigo como o Japão concedendo apoios neste sector chave para colmatar as vulnerabilidades constitui para nós motivo de grande satisfação”, realçou a governante que considerou que o apoio japonês tem contribuído de “um modo substancial e visível” para o desenvolvimento do arquipélago.
Segundo a secretaria de Estado, a assistência alimentar tem sido uma mais-valia desta cooperação e tem permitido reforçar a segurança alimentar e nutricional, e atenuar os efeitos da seca persistente agravada com outras vulnerabilidades ambientais e estruturais do País.
Por outro lado, realçou a importância da constituição dos fundos de contrapartida gerados por essa tradicional ajuda e a sua utilização na implementação de projectos virados para a redução das vulnerabilidades sociais e dos riscos da segurança alimentar na população menos favorecida.
“Reconhecemos e apreciamos o excelente apoio que o Governo do Japão vem disponibilizando ao país em termos de ajudar pública ao desenvolvimento, e esperamos que esta frutífera cooperação possa ser alargada ao sector privado do Japão no sentido de aproveitar as reais oportunidades de negócios existentes no sector marítimo e na economia com bases nos oceanos”, referiu.
Miryan Vieira disse ainda que a cooperação entre os dois países tem obtido “grandes resultados” em sectores-chave do desenvolvimento do País, tendo destacado os sectores do transporte, electricidade, água, agricultura, pescas, energias renováveis, educação e formação de quadros.
Por seu turno, o embaixador do Japão com residência em Dacar, Senegal, Arai Tatsuo, que se mostrou “satisfeito” com a cooperação desenvolvida entre os dois países, considerou que Cabo Verde é “um parceiro privilegiado” com o qual o seu país partilha valores comuns.
Explicou que o donativo de 250 milhões de Ienes, equivalente a 208 milhões de escudos, insere-se no âmbito da ajuda não reembolsável do Governo japonês e irá contribuir para a segurança alimentar, atenuando simultaneamente os efeitos da covid-19 e da seca nas populações mais vulneráveis de Cabo Verde.
“Gostaria de afirmar aqui a vontade do Japão em continuar a apoiar o desenvolvimento de Cabo Verde e de reforçar as nossas excelentes relações de amizade e de cooperação”, referiu o diplomata, que assegurou que o seu país mantém o compromisso de continuar a cooperar com o arquipélago a nível da segurança alimentar.
Por outro lado, reafirmou que a ajuda alimentar do Japão a Cabo Verde permitiu a constituição de um fundo de contrapartida, criado com a venda do arroz e do trigo, para apoiar na criação de projectos e programas no arquipélago nos domínios do desenvolvimento socioeconómico.
Na ocasião, felicitou o Governo cabo-verdiano pela “boa gestão” do fundo, que tem sido “muito benéfico” para as populações, e garantiu que o seu país continuará a apoiar os esforços de Cabo Verde para o crescimento económico, desenvolvimento sustentável e na redução da pobreza.