Cidade da Praia, 25 Nov (Inforpress) – O Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) realizou hoje na Praia, um ateliê para validar o Plano Estratégico da Instância Nacional de Coordenação (2022-2026), que visa promover acções articuladas e colaborativas, no âmbito da abordagem “Uma Só Saúde”.
Segundo explicou a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, em declarações à Inforpress antes do encontro, a Instância Nacional de Coordenação foi criada em Cabo Verde, no âmbito da Abordagem “Uma Só Saúde” que funciona junto desta instituição sanitária da saúde.
“Como sabem a Instância Nacional de Coordenação teve o despacho para a sua criação em 2017, como forma de se criar uma plataforma que permita uma melhor articulação entre a saúde humana, animal e ambiental”, precisou, ajuntando que foi aprovado em 2019.
A abordagem “Uma Só Saúde”, conforme elucidou, é uma abordagem integrativa e colaborativa que realça a articulação que existe entre a saúde humana, animal e ambiental, tendo em conta que se está num eco-sistema em que os humanos convivem com os animais e os consomem, daí que, qualquer alteração no eco-sistema também interfere nas duas saúdes.
“Então é neste sentido que a Instância Nacional de Coordenação, a nível do seu Comité Multissectorial orientou no sentido de termos um Plano Estratégico Nacional para implementar esta visão estratégica nesta interface das três saúdes”, sublinhou.
Para a presidente do INSP, trata-se de um instrumento importante para o País, uma vez que a Instância Nacional tem três níveis, nomeadamente um nível político, que é interministerial e presidido pela ministra da Saúde, o nível estratégico, que comporta os dirigentes e presidido pelo presidente do INSP.
Já o nível operacional comporta todos os serviços que fazem parte dos sectores representados nesta Instância.
“Então, este instrumento que nós vamos validar hoje, vai nos orientar de como é que nós vamos trabalhar, ou seja, há questões muito importantes que têm que ser trabalhados conjuntamente”, afirmou, apontando como exemplo, a gestão dos resíduos, a resistência antimicrobiana e a segurança alimentar.
O objectivo, segundo disse, é permitir mais e melhor saúde para Cabo Verde, sempre com a devida articulação e colaboração entre a saúde humana, animal e ambiental.
A Instância Nacional tem como parceiro técnico e financeiro a Organização Mundial da Saúde (OMS), para além de outros parceiros como a FAO, a Organização Mundial da Saúde Animal e também a Ambiental.
Na sua intervenção no acto de abertura, a representante da OMS, Flávia Semedo, considerou de “extrema importância” o plano e uma grande oportunidade este encontro, que envolve todos os sectores na abordagem “Uma Só Saúde” para afinar tudo aquilo que está inserido no plano.
Estima-se que, na região africana, mais de 60% de todas as doenças infecciosas emergentes que afectam os humanos têm origem em animais.