Assomada, 15 Set (Inforpress) – A Câmara Municipal de Santa Catarina está a mobilizar recursos junto de vários parceiros para que possa implementar dois projectos alternativos à apanha de areia na praia de Charco, em Ribeira da Barca e resolver definitivamente o problema.
Esta intenção foi reiterada quarta-feira pela vereadora do Desenvolvimento Social, Isabel Monteiro, durante a sua intervenção no encontro com as mulheres que vivem da extracção de inertes, que contou com a presença da secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, e que teve como palco o Espaço Jovem da Ribeira da Barca.
A autarca, que notou que como consequência, além do desequilíbrio ambiental, a apanha de areia ainda traz sérios problemas de saúde às que vivem dessa prática, lembrou que a edilidade tem em curso dois projectos alternativo à extracção de inertes, sendo uma de plantação e estufa e outro de aviário.
A propósito, informou que as beneficiárias dos referidos projectos já receberam formações e que muitas mulheres daquela vila piscatória que viviam da apanha de areia estão sendo beneficiadas com alguns projectos sociais da edilidade e do Governo, como Rendimento Social de Inclusão (RSI).
“Os dois projectos ainda não estão em execução devido a vários obstáculos e problemas que sugiram ao longo dos anos, como a seca, a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia”, esclareceu, notando que falta ainda por realizar algumas obras para que os dois projectos possam beneficiar estas mulheres.
“Acreditamos que antes do final do ano vão arrancar com as vossas actividades, tendo em conta que já temos luz verde de algumas instituições”, vaticinou Isabel Monteiro, que disse esperar contar com o apoio do Governo na realização e concretização dos dois projectos.
É nesse sentido, que a câmara municipal convidou a secretária de Estado da Inclusão Social para este encontro com as mulheres que vivem da apanha de areia, para que ela possa se inteirar melhor sobre a realidade social e as condições de reinserção social das mesmas.
Por sua vez, em declarações à imprensa, a secretária de Estado da Inclusão Social lembrou que este encontro visou auscultar a população para juntos encontrarem as melhores soluções e alternativas para resolver determinados problemas, e neste particular à prática de apanha de areia.
E tendo em conta que, segundo ela, os projectos alternativos a esta prática vão ao encontro do programa do Governo que quer reduzir a pobreza absoluta e erradicar a pobreza extrema, comprometeu-se em mobilizar parcerias a nível nacional e internacional para ajudar a edilidade santa-catarinense a concluir os projectos em cursos e implementar os novos a serem desenhados com envolvimento da própria população.
Na ocasião, Lídia Lima reiterou que o Governo vai dar uma “atenção especial” às famílias rurais, às pessoas que estão a viver na pobreza extrema e que fazem actividades que põem em causa a sua saúde e bem-estar de toda a família, principalmente os filhos.
No entanto, a Inforpress constatou no terreno que em Ribeira da Barca, a localidade de Charco continua a ser palco da apanha de areia por várias famílias, sobretudo mulheres das zonas de Ribeira Acima, Ribeira da Barca, Charco e Achada Leite e de outras localidades desse município do interior de Santiago.
Abordados pela Inforpress, um grupo de mulheres de Ribeira da Barca que vive da apanha e extracção de inertes congratulou-se com o “projecto alternativo” do município liderado por Jassira Monteiro, mas, pediu às autoridades para incluírem homens no mesmo.
Acrescentou ainda que que os beneficiários têm que ser os que, de momento, estão nessa labuta “todos os dias”.
