Praia, 18 Set (Inforpress) – O presidente do Conselho Nacional de Estatística defendeu hoje, na cidade da Praia, a democratização de dados e uma maior celeridade nos processos, visando reduzir o prazo entre a produção e a divulgação.
Carlos Mendes, à margem de um workshop técnico nacional sob o lema “Governança e partilha de dados no paradigma do poder de dados”, disse ser importante adoptar uma “cultura de partilha de dados”, pelo menos ao nível do sistema estatístico nacional.
“Estamos a pensar que os dados possam ser divulgados a nível do site, ou seja, que todos os utilizadores possam, a partir da sua tecnologia, em casa, por exemplo, poder ter acesso aos dados. Por exemplo, pesquisadores, jornalistas, formuladores de políticas públicas, de uma forma geral”, destacou Carlos Mendes.
No entanto, para este responsável ainda permanecem vários desafios a nível de recursos humanos, da capacitação técnica e recursos financeiros, que diz serem “comuns praticamente em todos os sistemas”.
No caso de Cabo Verde por ter um sistema estatístico nacional “relativamente moderno”, com a própria lei do sistema estatístico nacional de 2019, avançou que o país enfrenta outro tipo de desafios relacionados com a coordenação do próprio sistema estatístico nacional, para que a produção de dados seja “mais eficiente e que respondam de facto às necessidades das populações.
“Verificamos principalmente no espaçamento que entre a produção e a divulgação de dados, muitos utilizadores reclamam dessa questão, que, às vezes, precisam de dados e que os dados não vêm atempadamente”, pontuou.
Em relação workshop, com a duração de três dias, segundo a mesma fonte, a ideia é discutir parcerias e procedimentos sobre a utilização de diferentes fontes administrativas, através da transformação e transição digital por parte dos órgãos produtores de estatísticas oficiais, e de outras entidades, e da Administração Pública de Cabo Verde.
O secretário de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes, em representação ao Governo, também sublinhou a necessidade de se trabalhar em conjunto para melhorar as capacidades institucionais, e, assim, aludiu, colmatar lacunas e melhorar a utilização de dados.
“Vamos ter a oportunidade de debater como reforçar o nosso sistema estatístico nacional, que deve ser um produtor activo na iniciativa de produção de dados”, finalizou.