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COP 26/ »As conclusões são insuficientes para travar as alterações climáticas »


  15 Novembre      23        Environnement/Eaux/Forêts (6448),

 

Bissau, 15 Nov 21 (ANG) – A cimeira do clima da ONU que decorreu em Glasgow, na Escócia, terminou sábado com um acordo que tem o objectivo de acelerar a luta contra o aquecimento global.

Januário Nascimento, Presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), uma ONG de Cabo Verde, fez a RFI a sua análise sobre este encontro.

Nascimento começou por defender que as conclusões finais da COP 26 são manifestamente insuficientes para travar as alterações climáticas.

« São manifestamente insuficientes. Eu confesso que não estava muito optimista em relação a esta conferência porque eu já tinha participado na conferência do ICN e algumas dessas recomendações foram levadas para a COP, mas, de qualquer forma, há algum avanço/retrocesso, mas o que eu posso afirmar aqui é que não é o ideal para resolver o problema das alterações climáticas », começou por dizer.

Januário Nascimento refere que é necessário que todos os países assumam os seus compromissos: « De qualquer forma, há um acordo, que é melhor do que não haver um acordo. Agora, é preciso assumir os compromissos, tanto da parte dos países desenvolvidos, como dos países em desenvolvimento para ajudar a mitigar esse grande problema das alterações climáticas ».

O ambientalista apontou as 3 conclusões-chave que, no seu entender, sairam do encontro do clima das Nações Unidas.

« Para nós é muito importante a mitigação, a questão da adaptação e dos combustíveis fósseis. Quanto à adaptação, nós entendemos que a mobilização de recursos é muito importante. Tendo em conta a minha experiência no Acordo de Paris, não houve muitos avanços, mas de qualquer forma já há um esforço. O que é preciso é que os países mais pobres também façam um esforço, embora não contribuam muito para a poluição, mas entendo que é necessário que haja esse esforço conjunto para que todos possamos avançar », defendeu.

O texto final aprovado não tem em conta as reinvindicações dos países mais pobres que pediam apoio para fazerem face às alterações climáticas. Não há garantias que se atinja o valor definido em 2020, de 100 mil milhões de dolares, até 2022, nem que se aumente as verbas após essa data. O documento não define uma data exata, nem valores.

O presidente da ADAD considera que não existiram avanços significativos neste dossier: « Não posso falar de avanços significativos, no entanto, há de qualquer forma um esforço, mas o mais importante é que esse dinheiro, esses montantes sejam canalizados para os países que menos poluem ».

Na óptica de Januário Nascimento, a pandemia de Covid-19 também teve impacto neste não cumprimento da atribuição de apoio por parte dos países mais ricos.

« Devido à crise provocada pela Covid-19 não se poderia esperar grande coisa. Pelo menos aquilo que foi prometido, que seja encaminhado para os países, desde que sejam apresentados projectos bem preparados que possam ajudar a mitigar esses grandes problemas », reiterou.

Quanto à participação dos países africanos nesta COP, o defensor ambiental salienta que ficou aquém das expectativas e explica que muito se deveu às restrições relativas à Covid-19 e à difícil acreditação no acesso ao encontro.

Na noite deste sábado, 13 de Novembro, os 196 países que participaram na COP 26 chegaram finalmente a um acordo, depois de demoradas discussões, que atrasaram em um dia o final do encontro.

O texto final aprovado na COP 26 mantém como ambição conter o aumento da temperatura da terra em 1,5 graus celsius e regula o mercado de carbono.

O carvão foi o ponto que gerou mais discórdia nas discussões e foi revisto até aos últimos instantes, por pressão da Índia e da China. Estes países fizeram uma proposta de alteração, de última hora, onde pediam que se alterasse o texto de « fim progressivo do carvão » por uma « redução progressiva », numa clara tentativa de suavização da linguagem, uma proposta que foi aceite com muito desagrado por parte de várias delegações.

Quanto ao financiamento aos países mais pobres, o texto dá conta « com preocupação » de que as verbas alocadas aos países mais pobres para a adaptação às alterações climáticas « continua a não ser insuficiente ». Este foi um dos principais pontos de discórdia entre os países desenvolvidos e os países em densenvolvimento e que levou a um impasse de várias versões até ao documento final.

O acordo apela aos países mais desenvolvidos que dupliquem o financiamento até 2025, mas não existiram garantias palpáveis quanto ao tema.

Nos próximos dois anos vai ser lançado um processo negocial específico para encontrar uma meta global sobre adaptação. Esta última chama-se Programa de Trabalho Glasgow-Sharm-El-Sheik, numa referência à COP27 que vai realizar-se no Egipto, em 2022.

Os cortes de emissões de gases com efeito de estufa mantêm-se insuficientes para cumprir as metas do Acordo de Paris. A aposta vai para a revisão mais cedo que o previsto desses cortes propostos pelos países, a começar já no final de 2022, quando estava prevista para 2025, nos termos do Acordo de Paris.

Foi publicada, também, uma proposta técnica de regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris para a criação dos mercados de carbono, que será analisada pelos especialistas.

Há falta de consenso sobre os artigos das chamadas perdas e danos causados pelas alterações climáticas. Os países mais pobres querem compensações reais pelos estragos causados pelo clima, desequilibrado pelas emissões dos países ricos. Alegam que Estados Unidos, União Europeia e Austrália bloquearam um mecanismo que visa canalizar mais dinheiro para compensar os países pelos fenómenos climáticos extremos a que estão sujeitos.

Recorde-se que a cimeira das Nações Unidas reuniu milhares de especialistas, activistas, chefes de Estado e de governo, que discutiram durante vários dias a problemática das alterações climáticas.

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