Mindelo 21 Abr (Inforpress) – A Associação dos Amigos da Natureza lançou segunda-feira o projecto ‘Aliança para o Direito Humano à Alimentação Adequada e Iniciativas de Empoderamento de Jovens e Mulheres’, orçado em três milhões de escudos, para emergências e segurança alimentar.
De acordo com a Associação dos Amigos da Natureza, que tem a parceria do Centro de Estudos Rurais e Agricultura Internacional (CERAI), o projecto é financiado pela União Europeia e dirigido às organizações da sociedade civil das ilhas de Santo Antão, São Vicente e São Nicolau, as quais vão desenvolver acções nas comunidades socioeconomicamente “mais frágeis e rurais”, e potencialmente “mais expostas aos contágios”, nesta época de pandemia.
Na primeira fase do projecto as associações deverão submeter projectos para ter um apoio financeiro de 150 a 350 mil escudos para actuar na fase de emergência e posterior reconstrução dessas comunidades. O objectivo é seleccionar para apoio financeiro entre dez a 15 propostas de acção.
“Nesta primeira fase, relacionada com o estado de emergência, o presente plano pretende promover respostas rápidas à ameaça da pandemia e às consequências socioeconómicas derivadas das medidas de contingência”, revelou ainda a associação.
Esta estratégia de “reacção e mitigação” das consequências originadas pela pandemia será implementada entre Abril e Dezembro de 2020.
Numa segunda fase pós-crise, acrescentou, o plano pretende apoiar iniciativas úteis para atenuar as consequências da pandemia e permitir uma “rápida reconstrução” das dinâmicas económicas locais, favorecendo as capacidades produtivas e o emprego através da criação de novos serviços.
Segundo a mesma fonte, será prioritário insistir, sobretudo, nas comunidades rurais e produtoras de alimento.
Paralelamente a este projecto, a Associação dos Amigos da Natureza vai realizar uma campanha mediática de sensibilização a favor do consumo de produtos locais para a resiliência e reconstrução das economias locais.
“Permitirá sensibilizar o público sobre a importância dos sectores primários para a resiliência da população cabo-verdiana frente a crises, como a originada pela pandemia Covid-19, e como cada cidadão pode contribuir através das suas escolhas e do consumo”, ajuntou.
Conforme a mesma fonte, considerando a qualidade das propostas enviadas no âmbito da presente chamada, o Comité de Avaliação das Propostas poderá modificar o número de iniciativas apoiadas em cada faixa, respeitando sempre o montante total disponível para financiamento. Será ainda preocupação do comité garantir, pelo menos, um apoio em cada um dos seis municípios das três ilhas.
A Associação dos Amigos da Natureza e o CERAI garantirão assessoria a todas as propostas aprovadas, através de reuniões à distância, revisão de documentos e outros mecanismos que viabilizem a troca de experiência e conhecimento, sem ferir os protocolos de isolamento social.
Além da União Europeia da CERAI este projecto tem como parceiros o Secretariado Nacional para Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN), o Instituto Nacional da Previdência Social, a Inspecção Geral do Trabalho, a Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escolar (Ficase), as câmaras municipais das ilhas de Santo Antão, São Vicente e São Nicolau, as Delegações do Ministério da Agricultura e Ambiente e a Plataforma das ONG de Cabo Verde.
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