Cidade da Praia, 27 Mai (Inforpress) – O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, afirmou quarta-feira que há todas as razões para a CPLP e os Estados-membros estarem optimistas quanto à evolução da língua portuguesa e sua afirmação no contexto mundial.
Jorge Carlos Fonseca, que é também presidente em exercício da CPLP, falava na abertura da IV conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, a decorrer em formato virtual e organizada pelo Governo de Cabo Verde no âmbito da presidência cabo-verdiana da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Estudos indicam que nos próximos 40 anos ela ganhará mais de 100 milhões de novos falantes, o que só nos pode deixar satisfeitos e é demonstrativo da sua pujança e vitalidade. Com esta perspectiva bem positiva, só podemos augurar um futuro rico para os legatários e usuários da língua portuguesa e as potencialidades de realização que se abrem para ela”, realçou.
Apesar da sua origem europeia, o chefe de Estado cabo-verdiano salientou que a língua portuguesa língua tornou-se transatlântica, uma língua essencialmente do Sul, assim como já o era na Europa.
“É falada por mais de 250 milhões de pessoas. Uma das mais usadas no ocidente e a quinta na internet, de acordo com os estudos, o que lhe abre novas perspectivas de futuro. Trata-se de uma língua em expansão, que ganha cada vez mais espaço na América do Sul e em África, o que lhe dá igualmente maior importância estratégica, a nível global”, indicou.
Jorge Carlos Fonseca acrescentou que o seu acolhimento e adopção como língua de trabalho, em várias organizações internacionais, confere-lhe maior importância e vitalidade, assim como a sua procura por parte de diversas instituições superiores, com destaque para a China.
Entretanto, afirmou que o seu potencial “é ilimitado” e os desafios são “assinaláveis e devem ser encarados de forma sistemática”.
No que respeita ao desenvolvimento tecnológico comum, sublinhou que é incontornável a sua adaptação às possibilidades de transmissão do conhecimento, através da investigação, ciência e inovação, explorando também todo o seu potencial criativo.
A quarta conferência internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial tem a duração de três dias e em debate estão cinco eixos.
Eixo das políticas públicas para a promoção da leitura, da diversidade na escrita literária em língua portuguesa, do ensino da língua portuguesa em contexto de mobilidade, da ciência, investigação e inovação da língua portuguesa e o da tecnologia e economias criativas: cenários emergentes em língua portuguesa.
Particularmente no eixo das políticas para a promoção da leitura, Jorge Carlos Fonseca disse que seria desejável a identificação clara das situações ou regiões que poderão necessitar de maior atenção nos domínios da promoção da leitura, da pesquisa e da formação.
“Acredito que parte significativa das soluções passará pela criação de condições que permitam ao Instituto de Língua Portuguesa assumir as suas funções na plenitude, bem como pelo envolvimento das Universidades e Centros de Estudo”, realçou.
A abertura do encontro contou ainda com os discursos do ministro dos Negócio Estrangeiro de cabo Verde, Rui Figueiredo Soares, do secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles e do director executivo do IILP, Incanha Inbumto.