Cidade da Praia, 07 Ago (Inforpress) – A falta de pagamento integral do salário aos trabalhadores da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), referente ao mês de Julho, poderá desencadear outras formas de luta pelos direitos dos mesmos, alertou hoje o secretário permanente do SISCAP.
O responsável pelo Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP), Joaquim Tavares, fez este alerta, na conferência de imprensa para denunciar a Cruz Vermelha pelo não pagamento integral do vencimento de Julho, a todos os trabalhadores da referida instituição.
Segundo Joaquim Tavares, os trabalhadores da CVCV encontravam-se em regime de lay-off e retomaram o trabalho no dia 01 de Julho, laborando normalmente e não sendo a CVCV pertencente ao sector do turismo e não estando enquadrada no novo regime de lay off, os mesmos têm direito de receber o vencimento integral.
“Foi com grande espanto que os trabalhadores constataram que afinal a Cruz Vermelha de Cabo Verde transferiu para suas contas bancárias apenas uma parte dos seus vencimentos quando contavam receber os seus vencimentos por inteiro. Os trabalhadores contactaram o SISCAP que os representa no intuito de receberem mais informações”, asseverou.
Conforme informou, no dia 24, a Direcção Geral do Trabalho (DGT) devolveu o processo à CVCV sobre o pedido de suspensão colectiva dos contratos de trabalho, informando-lhe que não reuniam todos os requisitos.
Tendo em conta esta situação, elucidou, o SISCAP enviou uma carta à Direção-geral do Trabalho e a própria Cruz Vermelha, pedindo a regularização do trabalho, avançando que não tiveram nenhuma reacção por parte da CVCV.
“A Cruz Vermelha não responde a nota que enviamos, muitas foram as notas que nós enviamos, tanto neste sentido, como na implementação e aprovação do novo PCCS dos trabalhadores. Tivemos de nos encontrar com a CVCV sobre o PCCS e a grelha salarial, solicitando a mediação da DGT, onde ficou acordado por acta que no orçamento de 2020 seria tudo socializado, mas não se fez nada”, afirmou.
Joaquim Tavares espera, neste sentido, que a não socialização do PCCS e a grelha salarial por parte da Cruz Vermelha não seja justificada com a pandemia da covid-19, uma vez que, sustentou, esta medida foi acordada em 2019 muito antes do surgimento da pandemia do novo coronavírus e agora todas as crises são justificadas com a pandemia.
Frisou, no entanto, que a falta de pagamento do salário integral aos trabalhadores da Cruz Vermelha de Cabo Verde referente ao mês de Julho poderá desencadear outras formas de luta pelos direitos dos mesmos, acusando a CVCV de tentar driblar a lei com esta decisão.
“Vamos reunir com os trabalhadores, porque os sindicatos só vão de acordo com a vontade dos trabalhadores, se optarem por uma outra forma de luta, o sindicato segue e outra forma de luta pode ser greve ou manifestação”, alertou, lembrando que os trabalhadores não podem ficar prejudicados por capricho da direcção da CVCV.