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CV Interilhas: “Implementar um sistema que nunca existiu no País em dois anos foi obra” – Jorge Maurício


  17 Août      74        Politique (25157),

 

Mindelo, 17 Ago (Inforpress) – O vice-presidente do grupo ETE, concessionária do transporte marítimo em Cabo Verde, Jorge Maurício, considerou segunda-feira que “foi obra” começar a implementar, em dois anos, um sistema de transporte marítimo que “nunca existiu” em Cabo Verde.
Em entrevista exclusiva à Inforpress, no Mindelo, um dia depois de a CV Interilhas completar o segundo ano de início de actividade, Maurício justificou com números, que classificou de “significativos”, o desempenho da empresa, que neste momento tem “mais de 160 pessoas” a trabalhar a tempo inteiro, nas vertentes mar e terra.
“São mais de 730 dias a trabalhar ininterruptamente, o que demonstra capacidade logística e organização acima da média, mais de oito mil viagens entre as nove ilhas habitadas, mais de 820 mil passageiros, mais de 86 mil viaturas e mais de 350 mil toneladas de mercadoria transportadas”, enumerou, tudo isso com cinco/seis navios em dois anos.
Concessionária do transporte marítimo em Cabo Verde, liderada pelo grupo português ETE, a CV Interilhas, lembrou o responsável, laborou um ano e meio dos dois de actividade em plena pandemia da covid-19, com todas as restrições impostas, mas que no caso das mercadorias “cumpriu todas as rotas, sem interrupção”, para que todas as ilhas estivessem abastecidas.
“São dois anos de trabalho que parecem muito mais tempo, porque tivemos um trabalho intenso que requereu muitos recursos, não só financeiros como humanos, tanto em terra como em mar”, declarou o homem forte da CV Interilhas em Cabo Verde.
É que o País, prosseguiu, “tem dificuldade de tripulação qualificada”, o que requer “uma preocupação adicional”, ter “gente capaz e disponível” para cumprir, não só as regras do STCW mas também tudo o que seja natural para “uma boa gestão dos recursos humanos a bordo dos navios”.
Da mesma forma, assinalou a mesma fonte, a CV Interilhas partiu “quase do zero” em matéria de organização logística, um “factor crítico e um bocado incipiente” no arquipélago, ou seja, se se retirar os dois portos principais a situação já não é igual nos restantes, pelo que é preciso que haja uma harmonia neste domínio.
Hoje, prosseguiu, Cabo Verde tem um sistema de transporte marítimo de passageiros e cargas em regime de serviço público, através de uma concessão feita pelo Estado de Cabo Verde a CV Interilhas, “que funciona”, uma “empresa de referência”, cabo-verdiana, que tem para cima de dez sócios cabo-verdianos, com uma administração de cinco pessoas das quais três são cabo-verdianas.
“Mas se as pessoas perguntarem se isto é óptimo, está eficaz, digo que não, pois ainda há muitas, muitas lacunas, mas é um princípio de construção de facto de um processo que não existia, e num País arquipelágico onde as condições não são iguais em todas as ilhas”, declarou.
Um caso flagrante, precisou Jorge Maurício, são os atrasos, “que existem e vão continuar”, porque o sistema marítimo e portuário do País “no seu todo tem lacunas”.
“Por exemplo, se um navio chega a um determinado porto e não tem espaço para atracação e fica horas a espera, se chega a um porto à noite e não há condições para descarga porque não há estivadores disponíveis ou ainda se se ficar horas à espera de uma autorização da autoridade marítima para substituir um tripulante com covid-19, por exemplo, naturalmente que os itinerários vão ficar todos em atraso, em sequência”, concretizou.
Por isso, advogou, é preciso que o sistema funcione no seu todo, que haja essa percepção de conjunto, ou seja, “não é possível construir um sistema” de transporte marítimo inter-ilhas de passageiros e cargas em Cabo Verde se todos os intervenientes, parceiros da comunidade portuária e autoridades não estiverem alinhados com o mesmo propósito.
“Se não, será muito difícil e continuaremos sempre a ter falhas”, concretizou, embora veja “vontade grande e uma colaboração de todos” na busca de melhores soluções, de resolver e ultrapassar os problemas do dia-a-dia.
Contudo, disse que hoje há outras condições, outras exigências, o mercado e próprio perfil do passageiro são diferentes, pois, explicou, de passageiros do comércio informal, os chamados rabidantes que andavam de barco, hoje esse perfil é igual ao do passageiro de transporte aéreo.
É por isso, continuou, que se deve pensar num “conceito diferente, maior”, que não contemple apenas o transporte marítimo, mas que haja navios adequados, daí o “empenho” da CV Interilhas no processo de organização e adequação da frota marítima com navios adequados àquilo que são as infra-estruturas de Cabo Verde, tanto nos portos como nos estaleiros navais.
“É necessária também a parte logística de organização, recepção, consolidação e expedição da mercadoria em todos os nove portos e em condições seguras, eficazes e de forma rápida para fazer fluir a carga”, considerou, sem esquecer a parte relacionada com os passageiros.
Aqui, continuou, há que haver uma rede de gares marítimas apetrechadas e organizadas para facilitar o processo de check-in dos passageiros e da sua bagagem, pelo que só quando o arquipélago tiver a rede de gares marítimas nos nove portos estará em condições de oferecer “um serviço global e de qualidade”.
“A nossa grande ambição é fazer Cabo Verde um País uno, sem barreiras de mobilidade entre pessoas, ilhas e mercadorias”, sintetizou Jorge Maurício, para quem a CV Interilhas é “um dos maiores projectos” de Cabo Verde dos últimos tempos.
“Pedimos tolerância e compreensão, mas sobretudo o carinho de todos para com este projecto nacional, do País, que deve ser acarinhado devido à sua importância para o desenvolvimento socioeconómico de Cabo Verde”, expressou o vice-presidente do grupo ETE.
Pelo que, pediu aos cabo-verdianos para contarem com a CV Interilhas, que “não está cá de passagem e nem é um aspecto pontual”, pois há um contrato de concessão de 20 anos precisamente para dar “alguma solidez e tranquilidade” para oferecer um tempo normal, não apenas no retorno financeiro.
Mas, continuou, no afinamento do processo, na melhoria contínua de procedimentos e “conhecimento profundo” das necessidades do mercado, dos passageiros e das pessoas que visitam o País.
“A mobilidade das pessoas, a rápida circulação de mercadorias de uma ilha para outra é a nossa grande preocupação, e os cabo-verdianos podem contar com a CV Interilhas porque desejamos melhorar na previsibilidade e na segurança”, concluiu Maurício, “muito optimista” com o futuro da CV Interilhas, “um desafio em que cada vez mais há mais sintonia e entusiasmo” entre os accionistas, com o envolvimento dos trabalhadores e tripulantes que tudo têm feito para garantir a normalidade do sistema de transportes em Cabo Verde, com “espírito de sacrifício e dedicação a uma causa nacional”.
Desde Agosto de 2019 que a CV Interilhas detém a concessão, por 20 anos, do transporte marítimo de passageiros e mercadorias entre as nove ilhas habitadas do arquipélago.
A empresa recorreu inicialmente a navios de armadores locais (accionistas da empresa, com uma participação de 49%), que antes asseguravam de forma isolada as ligações entre as ilhas.
Depois da aquisição do “Chiquinho BL”, que entrou ao serviço em Fevereiro de 2020, o navio Dona Tututa, que chegou este ano a Cabo Verde, será o primeiro que é propriedade da concessionária.

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